quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Pintura Divina



Deixei meu olhar mergulhar infimamente no horizonte
e, por um tempo indeterminado,
meus pensamentos vagaram em busca do desconhecido,
do insondável,
dos segredos invioláveis
que continuam a envolver o mundo,
a humanidade e seus mistérios.
Sentia-me leve,
como se uma brisa suave 
pudesse deslocar-me para qualquer parte
e, mais uma vez,
busquei naquele instante supremo,
no qual o céu se funde com o firmamento,
a magia que transforma o mundo e modifica as pessoas.
Deixei meus sonhos tocarem meus sentimentos
e perdi-me naquela confluência dourada
que dura apenas alguns breves segundos,
aquela que o avermelhado do crepúsculo 
raja o azul escuro do céu
produzindo nuanças douradas,
numa mistura rara que só a aquarela divina
poderia, com sua infinita sabedoria, criar...
Para que nós, meros mortais, 
enfatizando sonhos nessa breve vida,
pudéssemos, pelo menos, presenciar tamanho espetáculo,
cuja beleza rara deslumbra os olhos, a alma e o coração.
Eu, no entanto,
permaneci ali com meus olhos hipnotizados 
com tamanho deslumbramento,
perdi a noção do tempo,
deixando que a magia daquele momento
aflorasse em mim...
Emoções quase desconhecidas,
que passam desapercebidas por mim.
Contudo permaneci ali,
por não sei mais quanto tempo,
sonhando nos desenhos daquela pintura divina,
enfatizando pedaços de uma realidade simples, comum,
mas que traz a oportunidade única de poder viver,
de tentar colocar em prática tantas metas e planos,
de sonhar mesmo que sonhos pequenos.
Eu que já sonhei tanto,
que já chorei tanto,
que sofri,
que amei
e que, infelizmente, ainda não pude ser feliz,
permaneço acordada,
sonhando  às vezes,
mas acordada para o futuro do qual não desisti,
nem desistirei jamais: 
sonhar e quem sabe ser feliz!

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