O sentir em mim
Faz-me desbravar o tempo sem fim
(Des)cortinar a poesia que desnuda a alma
E revelar nas metáforas torpes a calma
O ser amorfo (trans)borda sonhos na palma
Ando distante dos versos
Incubando a metamorfose da poesia
Não sei se quero ser (des)coberta: (in)versos
Ou se prefiro me camuflar em metáfora deserta?
Onde estou? Perdida? Esquecida? Em travessia...
Há em mim uma dualidade míope
Meus olhos se perderam no vento etíope
E este aprisionou o coração que vos fala
Triste cantar de vozes de outrora
Entoam histórias, memórias... dentro ou fora?
Fora o tempo que aprisionou o ser que chora?
(Des)pedaços de sonhos, de sombras
Quem sabe uma nova aurora?
Ah... triste gemido aprisionado por hora
Grito que rompe madrugadas alambras
Fragmentos de poeta torto
Que (re)avivam o ser
absorto
(Des)mascara calmaria, sacode pesadas penas
Abre asas aflantes e verbos errantes
Palavras (des)bravam ,(res)lavram, retinem triunfantes!