Pedras íngremes
Feriram
meus anseios...
Em
agonia, deram-me medos...
Desencantei-me
da vida,
Esgotei
a voz
Que clamava,
orava,
Chorava
por mim...
Asas se
abrem e se entrelaçam...
Nuances
de um novo tempo
Aladas
formas desfeitas
Dançam a
noite toda comigo...
Enquanto,
sem chão, abrigo
O sonho
perdido...
Desencantado
pelo destino...
Palavras:
pedras e asas...
Pedras que
ancoram
Fincam raízes...
Asas que
me fazem voar....
Abarcar
sonhos, cantar segredos,
Sentir o
vento...
Sobre o
precipício, desabar...
Ah ...
quero-te aflantes
Em ti
desprender-me...
Soltar o
grito
Que engoli
num gemido...
Quero o
gosto de sal
Do mar,
da chuva,
Do desvario,
do adeus...
Tudo passa:
molda sombras...
Renova...
transmuta... transforma...
Revigoram-se
esperanças
À beira
do despenhadeiro
Abraço um novo eu...
Metamorfose
em mim...
Sem
fim...Enfim...