segunda-feira, 9 de abril de 2018

(Des)água



Água flexível enche o copo na medida?
Transborda por todos os poros...
Fugaz demais no curso da vida...
Liquidez que nos transmuta...
Fluidez que nos esvazia...
(Des)configurados, perdemos nosso porto
Ainda pertencemos às nossas raízes?
Pontilhados pelas (des)costuras do tempo...
Ousados, desenhamos asas aflantes...
O desejo de voar é imenso, insano, descomunal...
Alquebrados em gotas, pisamos a terra
Pairamos, ávidos de sonhos,
Perplexos de inconsistências,
(Des)dobramos a voz da alma...
Desbravamos labirintos e (des)caminhos,
Soçobrados de (in)certezas,
Vemos evaporar nossa essência...
(In)seguros em forma, formato, formatação?
Almeja-se toque, som, cheiro... Luz e sombra...
“Insight” desejado, esperado, vívido?
Oásis de emoções (des)medidas de sentido?
Deserto árido de saudades (des)conhecidas?
Sou água límpida cristalina
Ou barro, lama, pauis, brejo, pântano?
Mistura de sagrado e profano... Apenas Ser Humano!