domingo, 1 de maio de 2016

Impressões Digitais


Num papel vazio de histórias
E na tela diante de mim
Delineiam-se formas
Debulham-se memórias

Nos matizes de uma nova cena
Desenham-se instantes singulares
Metamorfoseando-se o ontem
Sob esta lua cheia plena

Constelações em alinhamento
Anjos tortos abraçando-se
Asas para fazer dançar
Suplicam o encantamento

Realidade ou fantasia
Sentidos surpreendidos
Milhares de estrelas despejam-se
No céu e no chão: magia

Censuramos a libido
Julgamo-nos culpados do sentir
Desejos proibidos insistem em despir
A alma que escamoteia o urdido

Perfume e vinho... Corpos Inebriados 
Mera ilusão dançando sob o luar
Pura volúpia: é verdade, lá no céu, os astros
Se buscavam como nós (des) governados

Impressões digitais tateiam o meu vazio
Vertem-se em palavras sacrossantas
E em sonhos perdidos

Despejados, aqui, nesse instante tardio