segunda-feira, 9 de junho de 2014

Apenas

Não houve estrelas 
Apenas lua 

Não houve perspectivas 
Apenas abismo 

Não houve certezas 
Apenas vazio 

Não houve promessas 
Apenas silêncio 

Não houve esperanças 
Apenas desejo 

Não houve abraços 
Apenas versos 

Não houve proximidades 
Apenas distância

Não houve encontros 
Apenas saudade 

Não houve nós 

Apenas... Nó...

sábado, 7 de junho de 2014

Sem medida


Palavras vazias, imprecisas, desprendem-me
Buscam a luz, a cor, a forma, um resquício de sentimento...
Duelam com o silêncio, espreitam insondáveis momentos,
Mas quando almas se encontram, ainda que em sonhos,
Desfolham-se, desfiguram-me, embaralham-se
Perturbam com o calor fulminante de um olhar errante...
De mãos dadas com o desassossego,
À procura do ar das montanhas,
Atiro-me nos braços gélidos da brisa do mar...
Naquela embriaguez incessante,
Trago ainda o gosto do mel, embora só haja sal
Desejo o sol, enquanto perambulo pela orla estelar
A noite fria, vazia de ti... anseia pela lua
Quis demais a poesia da vida que fascina e ilumina...
Acreditei possuí-la, mesmo que obscurecida...
Aquela mesma que outrora deixou-me só
Encantada pela vida que nunca seria minha...
Petrificada na vontade, quiçá na saudade,
Plantei versos na esperança desconexa da floração
Resquícios de passado, tão fora de hora
Entrecortaram-se nas areias do tempo
Estilhaçaram-se para fazer dançar nuanças
Sombras e perfis desdobrados em metáforas...
Agora, abraço o que não me pertence:
Um sonho que não pode ser meu...
Condeno-me ao desencanto,
Porque “amo o que não tem despedida”...
Permita que nossas palavras comunguem
Aqui, neste amor perdido, tão sem medida!