domingo, 15 de outubro de 2017

Liquidez


Não se pode deter o tempo
Não há as pretensões de antes, joguei-as ao vento
Nem mesmo a audácia que me fazia atirar-me, sem medos,
Às emoções intensas e insanas que sinto escorrer entre os dedos
Busca-se o equilíbrio... Ah como é difícil provê-lo!
E mesmo que fosse possível é, no seu (des)ajuste,
Que se compreende a importância de mantê-lo!

Deixo em tuas mãos água que me deságua
Despejo aqui os despojos de qualquer mágoa
Há que seguir comigo a bagagem mais leve
Ainda que nos sonhos ainda me entregue
Roubam-me a ilusão e derramam sobre mim a razão
Inteira conduz-me ao delírio, ao abismo... ao céu
Ah... quisera reter as areias que escorrem feito água ao léu...

Ajoelho-me aos pés de meus sonhos (des)feitos
São memórias, emoções, suspiros -  sentidos
De ontem e de hoje invertidos e revestidos
Traduzem o ser inexato que sou
Já que me sinto equidistante da perfeição
Sigo e persigo aperfeiçoar-me ... doravante
Ainda que muitas vezes veja-me tão errante!