Em
busca da sabedoria perdida,
Seguia
eu por descaminhos tortos...
Logo
eu: alma errante, destemida,
Tinha medo
de ouvir sua própria voz...
Ao meu
redor, outras mulheres cantavam e dançavam...
Eu
queria tanto ouvir a voz que ecoava delas,
Mas a
barreira do silêncio me impedia de ser eu mesma.
Abri
os olhos e me vi em um lugar muito especial...
Pisava
meus sonhos com os pés descalços:
Entre
tantas imagens e símbolos, fui delineando a estrada...
Construindo
o mosaico de sentimentos e emoções,
Curando
as dores da menina perdida e esquecida,
Plantando
as flores que me fazem ser quem sou:
Evidentemente
dual e contraditória!
Ainda
carrego na bagagem: dúvidas, incertezas e caos
Mas me
sinto inteira, pronta, viva...
Feito
louca, estou à beira do precipício:
Pronta
a me atirar rumo a um novo tempo!
Abayomi
e minhas ancestrais estão comigo
Enroladas
nos fios dos meus cabelos...
Seguem
contando histórias e mostrando sentidos...
Como Vasalisa,
também carrego uma boneca
E a
caveira iluminada de Baba Yaga...
Sou a
princesa e a bruxa: a bela e a fera...
Ambas
coexistem em mim e me tornam, essencialmente, Mulher...
Sou rosa
vermelha, perfumada e repleta de espinhos:
Sinta
o perfume, mas não tente roubar minha essência...
A intuição
aguçada faz a caça tornar-se caçador...
O espectro
que teve sua luz apagada
Descobriu,
nas cinzas, a brasa da esperança...
E a
lagarta que fui transmutou-se: borboleta!