Existem
pessoas que passam por nós
Outras
ficam para sempre...
Em nós..
Amarrando
lembranças
Tecendo tranças
Mesmo que
haja um oceano entre elas...
O tempo
se esvai na ampulheta da vida...
Tanta
coisa vivida,
Tanta
vida perdida.
Sonhos
que desvaneceram
Na escuma
fria do mar...
Flores
que murcharam
Ensandecendo-nos
Com seu
inebriante perfume...
A lua
cheia abraça-me,
Aconchegando-me,
Afastando
a solidão de alma,
Acredito
nas palavras
Que não
precisam ser ditas
Que
silenciam...
Que
gritam...
Que
sussurram...
Há alguém
do outro lado do espelho...
Ainda que
multifacetado
Escondendo...
Revelando...
As cores
da minha aquarela...
Que outrem furtivamente...
Roubou-me
na despedida...
Ah, que
lua linda!...
Ah, que poema
vivemos!...
Sobras
que ficaram:
Cacos...
Fatos...
Palavras...
Olhares..
Gestos..
Toques....
Matizes
dos desenhos,
Notas
dedilhadas...
Versos
inacabados...
Trancafiei
sua imagem
Na
memória: arca das lembranças!
Quis
sufocá-la com a razão,
Mas, no
coração,
Ainda
pulsa a saudade...
Ela,
teima em aparecer
Clara,
nítida, diante das agruras...
Ela se
acende com os plenilúnios...
Ela me
abraça,
Preenchendo-me
de cores...
Devasta-me
com o seu vazio
A cortina
do luar...
Dedilha
sobre mim os seus contornos...
Estou
longe e perto de você...
Desejo
esquecê-lo...
Mas não
posso perdê-lo...
Afinal cada
segundo do seu lado
Vale a
pena!
Ah, mesmo
que em sonho...
A certeza
da sua existência
Afaga a
saudade...
E me faz
suspirar diante desta lua cheia...
Que nos
embriagava com seu perfume...
Que nos
enfeitiçava com seu mistério...
O tempo
desliza
Na ampulheta
do destino...
E nós,
cada um de um lado,
Escrevemos
a história
Que escolhemos
do outro lado dos sonhos...
Sinto
falta de sua voz...
Que conseguia
desbravar os medos...
Sinto-o
ao alcance dos devaneios...
Perco-o e nas névoas desliza...
Sua
face sem ser tocada desaparece
Nas
sombras, nas brumas do amanhecer...
Suave
dedilho em você
As notas do desejo...
As notas do desejo...
Despejo
sobre você
as marcas da paixão...
as marcas da paixão...
A luz do
dia abre
A cortina da realidade...
A cortina da realidade...
E eu
entreabro
A janela dos olhos
A janela dos olhos
Que mais
uma vez...
Sonhavam...
Buscavam...
Sorriam...
Diante de
você
Psiu!...
Acorde, a
vida prossegue...
Não há
tempo para os devaneios
Esconda
as ilusões...
Vista-se
de verdade
E enxergue
claramente
As escolhas
que fizemos...
Já
estivemos aqui..
Encontramo-nos...
Perdemo-nos...
Vivemos!
Quem
sabe, algum dia...
Possamos nos
deixar estar
no
espelho multifacetado do outro...
Mesmo que
brevemente...
A vida é
sutil...
Furtiva...
Caprichosa...
Quem sabe
nos permitirá tocar a felicidade
Afinal já
sabemos que ela existe...
Onde está...
E como abraçá-la...
Embora
isso não baste
Para os
que verdadeiramente amam
Momentaneamente
é suficiente!
Amei...
ResponderExcluirObrigada! Seja sempre bem-vinda! Abraços!
ResponderExcluirlindo...entao depois de ver Lua Cheia hj..fiquei fascinado com seu poema...arrebatador..fala ao intimismo!
ResponderExcluirCarlos (Portugal)
Obrigada, Carlos!
ExcluirA poesia para mim é deixar a alma transbordar em palavras, mesmo que sem métrica ou rima, apenas expressar o que penso, sinto ou vivo...
Seja sempre bem-vindo!
Lindo descreve todos os segredos da alma...aha! das almas...
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