A lua
se faz cheia de saudade...
Houve um
tempo de despedidas:
Quis dançar
com a lua
De olhos
vendados...
Perdia-me
na escuridão,
Presa à
caixa de Pandora,
Não conseguia
nem mais sorrir...
Ouvia o
clamor do vento
Chamando
a tempestade...
Aprisionada
nos vítreos alçapões do sonho...
Via
tudo se tornar insalubre...
Despedaçaram
minhas emoções
Perdi o
sabor, a vontade, o sentir...
Que nos
faz seguir o brilho...
Ah... mas
não há como fugir de nós mesmos..
O espectro
de mim arrastou-me para o precipício
E à
beira do vazio não há outro caminho:
Atirei-me
à escuridão...
Sem voz,
sem luz, sem nada...
Era
mera sombra do que poderia ser...
Ao
mergulhar neste abismo insondável
Abri os
olhos e, com dificuldade,
Vi a
lua a se derramar em luz...
Percebi
que poderia ser mais...
Haveria
ainda tempo
De lutar
pelo que sobrou de mim?
Ah...
eu também queria ser lua
Quem sabe
até sol?!...
Era sonhar
alto demais,
Mas nada
somos sem sonhos...
E foi, naquele
instante, que agradeci...
A lua e
sua luz deram-me asas
E, de
repente, pressenti ...
Que depois
e apesar de tudo...
Eu
ainda podia... posso voar!...