Por que abandonamos nossos
sonhos pelo caminho?
Ah... os sonhos... quando
crianças acreditamos em tudo:
É possível até tocar as
estrelas
Ou dançar num baile de
contos de fadas
Mas, um dia, a gente cresce...
E, pelo caminho, vão-se cacos (des)feitos de tempo
Por que nos despedimos
de nós mesmos?
A cada desejo frustrado
vamos nos deixando de lado
Priorizamos as
necessidades
Esquecemos as vontades
Passamos a fazer parte
desta máquina
Perdemos nossa melhor
parte: nossa humanidade
Por que nos acovardamos
diante do vazio?
Sem perceber, à
medida que nos engavetamos
Vamos nos esvaziando de
nós mesmos
Encolhemos a coragem
dentro da caixa do medo
Deixando lá no fundo o
que de melhor tivemos
O que de mais verdadeiro
vivemos
Por que não plantamos, com
amor, nossas raízes?
Achamos que as raízes
sempre estarão lá
Que as flores sempre exalarão
seu perfume
Será que há necessidade
de amar ou de cuidar do ontem?
Basta-nos essa construção metódica,
Ainda que sejamos meros escravos dela?
Por que perdemos nossas
asas?
Ensinaram-nos que temos de ser práticos
Ser alicerce do mundo em
ascensão
É necessário seguir... progredir...
sorrir...
Não... não há tempo pra falar, pra ouvir, pra
sentir...
"Ora, não há lugar para ti
neste mundo de sombras"!
Por que sufocamos nossa essência?
Em nome dessa retidão ou desta mera ilusão
Desviamos de nossos desejos o pobre coração
Salientaram que não há
espaço para sonhar
Apenas prosseguir na direção
imposta...
Ah, basta! É preciso
abrir a alma: a-cor-dar!
Desculpe eu usar a pergunta, mas, por que não leio você a mais tempo? Eu amo a Língua Portuguesa, amo poesia, e me deparo com essa amostra tão profunda da alma humana, da inquietação do ser, do melhor exposto diante do menos importante vivido! Olha, muito legal, gostei bastante. Você tem um domínio fantástico do idioma, da poesia, dos sons. Parei.
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