Mesmo sem tempo para
nada...
Com um dia cheio do que
fazer
As palavras persistem...
Invadem-me...
Devastam-me...
Sempre foi assim...
Pelo menos comigo...
Tenho fugido das
palavras,
Tenho medo do que
revelam,
Do que ocultam...
Do que está gravado no
fundo d’alma,
Mas não há como fugir de
nós mesmos.
Não adianta nos esconder
Menos dia, mais dia...
A lagarta
transmutar-se-á em borboleta
E com suas asas
multicores
Tingirá o cinza das
horas.
Elevará com suas cores
As cinzas do passado
Soprando-as ao vento...
E neste tempo impreciso,
Vejo-me vagar a esmo...
Sinto o frio das despedidas...
Olho para o cinza do
horizonte...
O passado nada mais é...
Do que uma fotografia em
preto e branco
Esperando pela cor do
nosso presente...
Falta-me sua voz...
Nosso abraço inteiro
Fere-me a solidão
Que deixou cinzas sobre
as minhas ilusões
Não há mais chama acesa
Tudo se amornou
É o quase do agora
Que nos aproxima em
sonhos
E nos afasta fisicamente
Em algum lugar em mim
Você fez morada
Não consigo mandar-lhe
embora
E sua presença-ausência
tortura-me
O (não)-estar com você
deixa um vazio sem igual
Petrifica imagens,
Congelando-as sem um
adeus
Queria tocar no relógio
da memória
Voltar no tempo...
Escrever nova história...
Tingir de cores o cinza
do meu agora
Mas meu relógio parou no
tempo
Afastou nosso pensamento
Adormeceu sonhos
E esquecida em algum
canto
Caminho descalço pela
praia deserta...
É manhã de outono...
Sopra a brisa fria
Acariciando-me,..
enlançando-me...
Embalando o sonho
Que desejamos
Mas não vivemos
A escuma fria toca-me os
pés...
Penso em nós
Sinto saudade
Do que poderíamos ter
vivido...
Ouço a voz do tempo
É novamente presente
E ainda vejo...
As horas cinzas do agora...
Muito lindo!
ResponderExcluirÀs vezes é mesmo muito difícil enfrentar o "cinza das horas" representado pela lagarta e aguardar as cores da borboleta.
Parabéns, Neide!
Obrigada, Luísa, os dias, as horas cinza são necessários para que percebamos o valor e a beleza das cores da borboleta! Seja sempre bem-vinda!
ExcluirO aroma, o sabor da PALAVRA LIBERDADE
ResponderExcluirO conteudo, o sentido que ela tem
A PALAVRA contem, sonhos sentimentos
Seja na prosa o POESIA que ela vem.
Gostei e voltarei
ARFER
Fico feliz que tenha gostado! Seja sempre bem-vindo!
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