domingo, 2 de setembro de 2012

Vencer


Uma agonia insondável
Devasta os confins da alma...
A metamorfose, causa constante da dor,
Despeja cores sobre mim...
O contraste, os conflitos, o caos
Varrem meus cacos...
Numa tempestade de areia
Que se despeja assim:
A poeira do que fui,
Os sonhos perdidos,
Os fragmentos do agora...
Sinto o arrepio da despedia...
Não há mais como voltar...
Este é um caminho sem volta...
Sinto-me desnuda,
Não há máscaras
Capazes de escamotear a dor...
Vejo minha imperfeição,
Percebo minhas falhas...
Preciso ser forte,
Mas me compadeço da minha fragilidade...
Queria ser fria, insensível,
Porém estou como um pássaro ferido
Sem forças para voar...
Rogo a Deus perdão...
Está tão triste o meu coração...
Nego minha culpa,
Porque meu maior pecado
Foi amar demais...
Entregar-me demais...
Acreditar demais...
Expus-me à dor para não vê-la
E ela dilacerou-me com sua lança...
Transcender é necessário,
Mas minhas asas ainda não estão prontas...
Há vozes vertendo luz
Para aliviar minha angústia...
Elas não me deixam sentir tão só...
Preciso do abraço da paz...
Do olhar de sonho derramando sobre mim
Centelhas de esperanças...
Entrego a Deus minha dor,
Meu coração dilacerado
E a tempestade que me rasga a alma...
Tenho fé que, em breve,
Haverá o tempo da bonança
E que mesmo fraca poderei voar...
Esta passagem é parte
Do processo de transmutação...
Peço forças para suportá-lo...
Peço perdão por ter esquecido
As promessas do passado...
Por me deixar conduzir, sem lutar...
Que a luz do Divino Mestre Jesus
Possa ser derramada sobre mim...
E sobre meus sonhos plantados na alma...
Que eu possa vencer minha própria escuridão
E permitir assim que a luz do amor
Que por tanto tempo aprisionei...
Floresça... Resplandeça... Vença sempre!

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