Muitas vezes as palavras nos revelam, noutras nos escondem... Há muitas que se perdem no silêncio de um olhar e outras que se pintam nas cores das aquarelas dos sonhos... Aqui debulho algumas que revelam e escondem poesia entrelinhas e versos!!!
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Vírgula
Busco um olhar,
No entanto só há vazio imenso...
Procuro a lua, ou mesmo as estrelas,
Mas uma névoa intensa as encobre...
Na mente ecoa a voz do coração errante
Que sonha encontrar a sua própria essência
Houve uma história desenhada em aquarela
Palavras rabiscadas ecoavam nas tessituras
Eram medos, desejos dedilhados em versos
Poesia... que fez mágica...(entre)laços...corpos
Rimas (per)feitas... beijos... estrofes(des) feitas...
Suspiros, fugas, olhares... Ah, instantes de amor!
Encontro do destino, permitido e aceito por nós,
Loucos, insanos, inebriados por essa paixão
Esquecemo-nos de tudo para viver momento
Não fomos ponderados, prudentes, sensatos...
Não conseguimos nos desvencilhar da força
Avassaladora que nos impulsionava um ao outro
Repentinamente, permitimo-nos o toque, beijos,
Palavras, versos de amor, piegas, sem rima...
Escrevemos histórias, (re)vivemos memórias...
Um tempo perdido nos escombros secretos
De nós mesmos: foi breve, inteiro, engendrou
Fragmentos de nós mesmos, tornamo-nos um,
Por isso mesmo desejamos tocar a lua...
Acender as estrelas, estar juntos mesmo
Que por breves instantes, porque ainda assim
Valeria a pena... Entretanto você silenciou
Minhas palavras... Afastou-se, partiu sem adeus
Em vão, procurei, incessantemente, a borracha
Para apagar a história mal escrita, a nossa poesia
(In)acabada, mas o que vivemos não pode apenas
Desaparecer, emudecer, esconder–se como a lua
Embora tenha sido lindo, deixou marcas indeléveis,
Também me trouxe lágrimas, tempestades, mágoas.
Houve um s entimento cultivado entre suspiros,
(Entre) linhas e versos, olhares poéticos e furtivos
Formas tantas de falar sem palavras e nas muitas
Que não dissemos... Confessamos, entregamo-nos,
Fomos arrebatados... Enfim perdemos a nós mesmos
Verdadeiramente nunca tive você, só meras migalhas
Instantes tão pequenos e intensos... Como veio se foi...
Fui abandonada, condenada à solidão, ao silêncio...
Meus versos desejavam ser ouvidos, sentidos...
Minhas mãos ansiavam pelas suas tão gélidas
Precisava virar a página e escrever outra história
Não sei se houve um ponto final, mas
Certamente uma vírgula, que assim como
A lua marca mais uma parte
Da minha história!
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Adorei Neide, muito lindo!
ResponderExcluirObrigada, Sílvia, muitos acontecimentos deveriam ser pausados com vírgula e não com ponto, não acha?
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