terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tempo de Espera



Muitas vezes vemos se perderem
os valores que trazemos arraigados
no mais profundo de nossa alma.
Sentimo-nos destruídos...
nossa essência parece se perder
em meio as névoas do tempo.
Nesses momentos, mais que em outros,
clamamos a Deus por ajuda
e parece que Ele não nos escuta.
A impotência diante da realidade
torna-me ainda  mais sem rumo,
sem direção...
Tudo parece fumaça...
que se esvai no vento
e eu me sinto como um barco a deriva
em pleno mar tempestuoso.
Gostaria de olhar para frente
e contemplar as flores da esperança,
de sentir o perfume do jardim da existência,
de ouvir a voz dos anjos dizendo que não estou só.
Contudo a solidão invade o meu coração,
a impossibilidade de dizer o que penso,
de fazer o que desejo,
de seguir meu próprio destino
acorrentam-me ao medo
e à inércia deste agora.
Sinto os limites do corpo
a segurar a alma inquieta
que vibra aqui dentro.
Tenho procurado ser mais paciente,
olhar tudo com uma visão mais imparcial,
menos sentimentalista,
mas o que realmente percebo
frustra o coração
que pulsa em busca de esperanças,
em busca de novas possibilidades.
Tenho esperanças
de que pequenas mudanças
provocarão avalanches
nas montanhas no meu ser...
mas o tempo que temos não é real,
somos fragmentos de história,
peças de quebra-cabeça
que muitas vezes não se encaixam,
que se perdem na arca de um tempo irreal.
O tempo da espera
é também o do preparo, da construção.
Meu tempo se resume num olhar perdido
buscando respostas que não sei se existem.
Minhas história se faz de palavras soltas
buscando o encaixe da memória,
debulhando lágrimas e escrevendo sonhos.

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