sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Vazio da Saudade



Palavra sem tradução,
Sentimento sem explicação,
Que toma conta do corpo
E também do coração..

A vida com sua urdidura única
Faz-nos parecer fantoches:
Esquecemos nosso livre arbítrio,
Acomodamo-nos à letargia...

O tempo nos escraviza...
Torna-nos zumbis de nós mesmos...
Deixamos nossa essência,
Nossos sonhos, na gaveta, trancafiados...

Até que uma reviravolta
Insulta nossa inteligência...
E nos arranca da zona de comodismo...
Deparamo-nos com o vazio da alma...

Vemo-nos perdidos...
Sem mapa e sem bússola...
Num mar de desencanto e desilusão...
Para o calabouço, somos arrastados...

Guardamos o que somos
Para camuflar o que esperam de nós...
Mas é chegada a hora da verdade:
Não se pode fugir... Desatam-se os nós...

Uma tempestade varre os cacos...
Devasta tudo o que sobrou...
Não fica pedra sobre pedra
Só me restou pedaços...

Em direção ao desconhecido,
Andanças direcionam mudanças...
Tudo se esvai...
Até mesmo minhas lágrimas...

Neste deserto de mim mesma,
Foi que te reencontrei...
Parte de minh'alma,
Saudade sem calma...

Sem merecer-te..
Reconheço-me em ti...
Vejo em teus olhos
Tudo que esqueci...

Quero-te sem dever... Sem poder...
Porque foi assim que Deus quis
Vivo na saudade que alimenta
O vazio que, um dia, eu mesma, fiz!

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