sábado, 24 de novembro de 2012

Zéfiro



Eu não sou mais eu...
Sou outro de mim
Num espelho de sonhos...
Busco a cor dos meus olhos,
Mas vejo apenas os teus...
Emito palavras,
Mas é tua voz que ecoa em mim...
Procuro os cacos que sobraram,
Mas o mosaico desenhado revela
Perfumes nos estilhaços de mim...
Entreabro a janela,
Preciso respirar-te...
Encontro a saudade
Avassaladoramente dourada
Desenhando o sol de um novo dia...
Dedilhando o presente,
Recobrindo de cores a realidade vigente:
Estás nas palavras que escrevi na areia
Onde rabisquei segredos
Para que as ondas os decifrassem...
Levassem-nos de dentro de mim...
És saudade... Passado... Presente...
És o sopro de Zéfiro...
Conduzindo-me na dança da vida...
És anjo?
Não, és real e vives em mim!

 

3 comentários:

  1. Inventei a ironia numa toada de vento
    Roubei as asas a uma gaivota azul
    Colei-lhes um poema cheio de penas
    E enviei-o para uma tonta do sul

    Inventei um mar numa bola de sabão
    Roubei uma corda forte e boa
    Atei um rol de mágoa à mesma
    E afoguei-as nas águas de uma lagoa

    Bom fim de semana


    Doce beijo

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  2. Eu escrevi estas palavras para um vento suave que passou ...


    Zéfiro, um vento suave...

    Vento que viaja no tempo
    Ouço sua voz, assopra onde quer,
    Mas desconheço seu caminho.
    De onde vem, para onde vai?
    Além do mar, planícies e montanhas
    Ou longe das fronteiras humanas?
    Sinto seu hálito em meu jardim
    Tange os ramos, entoa uma melodia,
    destila os aromas, suscita a poesia.
    Uma brisa branda, muito suave
    Leve como o sopro de inocência.
    Faz-me conhecer seus segredos
    Logo, bonançoso, dispersa o pólen.
    Ora tão repentino e impetuoso
    Sopra no deserto, carrega sua areia
    Quando agitado engrandece as ondas,
    faz o veleiro velejar, afasta os amores
    desarraiga as pétalas, deixa a saudade.
    Afasta a chuva, desordena as nuvens,
    Inflama o fogo, esparge os pensamentos.
    Arrebata-me e me faz retornar
    como as ondas a brincar com a areia
    Num vaivém a se espraiar...

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