sábado, 22 de junho de 2013

Amálgama






Hoje... preciso de palavras para calar minha dor...
Palavras... (des) pedaços de fantasias...
Palavras...  Expressões de amor!

Hoje preciso do poeta que dorme em mim...
Poeta que viu seus planos morrerem...
Poeta ignoto que deixou suas  ilusões arrefecerem...

Ah... hoje... busco nos confins da alma...
Esperança de dias melhores...
Esperança de novos olhares...

Ah... hoje... apenas hoje... queria laços...
Laços de sombras e luz...
Laços de braços sem cruz...

Hoje... desejo o gosto do beijo que se perdeu...
No sonho de amor que adormeceu...
No sonho desfeito que amanheceu...

Hoje... queria as cores mais vivas...
Para com elas pintar uma aquarela...
Para desenhar um farol além da minha janela...

Hoje... vejo a lua tão linda...
Vejo o dia que se finda...
Vejo a noite que não adormeceu ainda...

Hoje... quero o sopro do vento...
Para levar todo o meu tormento...
E trazer boas novas ao pensamento...

Ah... hoje... suspiro vendo a lua...
Clareando a noite e a rua...
Desejando a presença sua...

Ah... hoje... sou apenas palavras...
Ao vento despejadas...
À lua e às estrelas sopradas...

Ah... hoje... sou apenas suspiro...
Poeta dos desejos que nos devoram...
Voz que adormece, que se cala, que aspiro...

Hoje... sou dor transmutada em poesia...
Sombra que tortura o corpo e a alma
Sombra em metamorfose: amálgama!

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