domingo, 30 de junho de 2013

A porta





O poeta tosco das ilusões
Bate à porta do meu coração:
Quer saber se há ainda espaço para o amor...
Olho ao longe...
Busco por braços que me envolvam...
Mas não vejo ninguém...
A porta está fechada...
Ouço lá dentro uma voz que me chama...
Será que há alguém ali que me ama?
Quero abrir a porta...
Abraçar-me àquela voz...
E dançar a noite toda sob a lua cheia...
Mas não há maçaneta...
A porta está trancada...
Queria o abraço da alma
Que à minha se afina!
Fecho os olhos e sou capaz de te ver...
Teus contornos se delineiam à minha frente...
Mesmo sem poder te tocar posso te sentir...
Assumo o papel do poeta...
E com as mãos cheias de versos,
Bato à porta
À espera do sonho...
Meu olhar te procura...
Ouço um suspiro...
Desejo te dedilhar e ser tocada...
Afinal, as almas se integram nos corpos.
Despejo sobre ti meus anseios:
“Eu quero ser feliz agora”!
Sei que sou pura ousadia...
Estou cansada da sensatez...
Quero me perder e me encontrar
Na mágica delirante do teu olhar...
Bato a tua porta...
Meu coração está ferido, cansado...
Mas aberto, repleto pela soberania do Amor!

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