domingo, 14 de julho de 2013

Sabor agridoce






A vida tem suas intempéries...
É crucial o poder burilador
Dos contornos sutis, sórdidos, taciturnos da dor...
Que nos castiga, mas também nos instiga.

O sabor acre das lembranças
Faz com que o Agora seja mais terno e doce...
A mesma espada que nos fere, nos liberta...
Rasga a alma, cura o corpo: sangra e nos engrandece...

O mergulho profundo nas sombras do “eu”
Fez-me perder o senso de direção...
Mas me ajudou a encontrar no âmago da alma
As cicatrizes lancinantes do coração...

As trevas, encobrem, contrastam-se com o sol...
Elas se dissipam após a tempestade das emoções...
Vislumbram-se insights de luz...
E a alegria e a  esperança se espelham como farol...

Navegando escondido na própria escuridão...
Nem se percebe o amparo divino
Que vem vestido de sonhos
Como um anjo vem e nos dá a mão...

Suas asas aflantes, flamejantes...
Abraçam, acalentam e acalmam...
Tormentas e agonias persistentes...
Num abraço raro, inteiras, se despejam...

Sorvo novas perspectivas, possibilidades...
Que matizam o Presente...
Absorvo pequenas felicidades...
Que delineiam o que é urgente...

Almas que se tocam, elevam-se e nos levam...
A personificar divindades diáfanas
Nas formas belas dos contornos humanos...
Traduz-se em outros idiomas, seres,  versos,  poemas...

Metáforas aladas, cantadas no sentir...
Decoradas, sussurradas, dedilhadas no ter...
Derivadas e revividas no porvir...
Que por hora só existe no amor, no sabor agridoce no ser!

Um comentário:

  1. Caindo e levantando... indo e vindo nesta estrada que é a Vida... mergulhando para dentro de nós mesmos...Uma doce dança...

    Lindo poema Neide.

    Um beijo

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