Às vezes, preciso olhar para o alto:
Ver o céu, apreciar às estrelas...
Deixar o sol tocar nossa pele
E aquecer o coração tão amargurado e vazio...
Quem sabe com lendas e histórias de amor...
Quem sabe com experiências de muito valor...
Quem sabe provando sensações com tanto sabor...
Para desconectar-se do virtual e reconectar-se ao mundo real,
É preciso desligar as vozes que nos impõem padrões
E ouvir nossos ancestrais que dançam sob a lua...
Povoando as histórias que contam quem somos nós:
Somos poeira de estrelas buscando a luz do sol maior!
Para isso, há que se voltar para si mesmo...
Silenciar a alma, ouvir a voz do nosso próprio coração...
Encontrar-se é (re)aprender que somos parte:
Parte de algo maior, imenso e transcendental...
Somos parte do outro que nos dá as mãos...
Que caminha conosco e ouve os suspiros de nossas dores...
Que escuta e acolhe os sentidos da nossa vulnerabilidade...
Que se aceita, ama-se e se permite ser humano...
Somos parte da Grande mãe, Gaya...
Que nos abriga, abraça e renova enquanto centelha divina...
Na “Serra que chora”,
Há inúmeras imagens singulares:
Meus pés pisaram a terra úmida,
Senti a vida perpassar por mim...
Águas cristalinas, límpidas e puras banharam-me da cabeça aos pés...
Vi flores que transbordam amor e beleza...
Ouvi cantos de vários pássaros e o som do vento a balançar as árvores...
Algo mágico aconteceu dentro de mim:
Constatar que somos pequenos demais diante dessa grandeza...
Fez-me escutar o eco de todos aqueles que vieram antes...
Plantaram a semente, cultivaram a terra e colheram o fruto...
Passaram pelas estações e aceitaram sua natureza...
Na Mantiqueira, reconectei-me com minhas raízes
Sou indígena, sou africana, sou europeia...
Sou fruto da beleza e da tragédia...
Não sou boa, nem má, apenas humana...
Sou parte de tudo e, sozinha, não sou nada...
Cada parte de mim reflete o que fui e o que serei...
Cada pedaço de mim transporta-me para além...
(Des)configurando-me das formas prontas
Para me apresentar a um novo horizonte: o firmamento azul...
A natureza me abraça: eu vejo, ouço, sinto, amo...
Enfim, estou em paz comigo mesma!
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