domingo, 26 de julho de 2015

Meu Céu


Ah...o anjo torto descobriu que ainda pode voar,
Mas tolo ainda deseja abraçar-se a outro anjo
E que este seja tão torto quanto ele, ilusão?
Talvez, este abraço vem em ondas,  integra como o mar
Nem sempre está ao alcance dos olhos e do coração...

Ah...como é belo o reflexo deste luar!
Despeja sua luz prateada sem cansar o olhar...
Vem e deixa sobre a areia palavras perdidas pelo mar
Sombras esmaecidas, desfeitas pelo vento... no ar...
Dançam com as ondas no breve instante deste sonhar!

Algumas palavras ficaram presas em nós...
Encarceradas entre tabus e convenções...
Amarraram-se, impedindo de se desfazer os nós
Que acorrentaram almas e corações...
Ah... cortaram nossas asas e deixaram-nos sós.

Tudo... em nome desta tal de razão!
Que mal consegue soerguer-nos,
Que não alivia a agonia, nem a tensão...
Não abranda medos, nem os resquícios da paixão...
Apenas nos devolve ao claustro, à escuridão...

Vez ou outra essa vontade de viver
Insana, inerente, persistente, vem e implora:
Abraça agora o sonho de outrora!
E mesmo que a outra asa venha e vá embora...
Sente-se que esta é a hora do sonho acontecer...

Descerram-se as cortinas e venda-lhes os olhos:
Sorria, seja, sinta o toque divino em sua mão!
O céu está em nós, ao alcance desta emoção...
E nos conduz a tudo que seduz: entregue-se a luz!
Abra-se, voe, permita-se, finalmente, sair do chão!

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