sábado, 4 de julho de 2015

Foz


O poema está vazio de rimas, mas repleto de amor...
Aqui as metáforas se (re)inventam
Vestem-se de sonhos, despem-se de sombras...
Nas areias que se despejam nas retinas
Desalojam-se sentimentos atemporais
Destravam-nos das mais lindas utopias
Revelam o que camuflam as máscaras:
Momentos intensos e efêmeros...
Quebram a barreira do tempo e do espaço:
O ontem vivido cravou-se na memória
Desejos que ultrapassam o incontrolável
Plasmaram-se na alma etérea: instantes mágicos
Que nos transportam ao mundo do insondável
Intercruzamento: integração de histórias
Através do abraço das ondas ainda se espera o imensurável
Inspirados pelo vento, colhem-se os segredos do tempo
São sussurros soprados, serpenteados pelos sonhos
Espalham-se sobre nós feito poeira de estrelas
Em busca do espelho que olha e não nos vê
Que nos impele ao encontro com si mesmo
Na face remota do outro que reflete
O que sempre tememos ver:
Quem é mesmo este ser
Que hora ou outra parece tanto nos conhecer?
É preciso transgredir regras rotas
Revirar a ampulheta... Viver e parar de sofrer
Abrir os olhos, sentir a chuva, seguir o rio, ser foz...
Mesmo que através de um mero conta gotas
 (Re) Aprender a tocar o céu que mora em nós!

Um comentário:

  1. "Tocar o céu que mora em nós" isso é fazer poemas!
    Lindos versos Neide!!

    Um beijo

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