sexta-feira, 3 de abril de 2015

Imprevisto


O olhar vagueava sobre as ondas
À espera de um sonho perdido
Desejava ardentemente um porto
Não aquele que aprisiona
Mas que permitisse por que voltar
A viagem parece mais curta
Quando há abrigo
A tempestade afogou as esperanças
Despojou todas as certezas
Sobraram o gosto de sal
E o cinza das horas frias
Mas tudo passa
E um novo dia trouxe o sol
E a sua luz despejava-se
Afastava sorrateiramente
A escuridão e a cegueira
A bonança a alma alegrava
Num novo devaneio que se delineava
Ainda disforme e abstrato
Engendrava-me o ser multifacetado
Paradigmas desconexos questionados
Desobedecia conceitos e tabus revirados
O horizonte se reconfigurava
Remodelava-se reiventava-se
A aquarela inacabada
Esperava uma nova expectativa de cores
Para compor-se inteira numa nova direção?!...

Nenhum comentário:

Postar um comentário