domingo, 23 de fevereiro de 2014

Viajante


Viajante de páginas vazias
Estou à espera dos sentimentos
Que desejam ardorosamente  se preencher
Com as emoções mais loucas e também sublimes...

Meus olhos foram silenciados pela distância
E no vazio entreposto
Mergulhei no abismo infindável do ser
Na busca insolente do tempo...

Perdemo-nos e nos encontramos
Tantas vezes, em muitas faces,
Nesta e noutras vidas...
Suplantamo-nos em disfarces...

De tudo que fui, resta-me cacos:
Do tempo que se foi,
Da pessoa que outrora vi,
Dos sonhos que se perderam...

Tudo que sou é saudade...
Que guarda o cheiro de jasmim,
O mesmo daquele jardim
Que se delineia para mim...

Minhas rotas de palavras rotas...
Perdem-se das rimas
Deslocam-se mar adentro...
Querem o mergulho: o epicentro...

Meus sonhos buscam contornos etéreos,
Formas diáfanas plasmadas na saudade
Desejam o mordiscar da voz,
Anseiam pelo toque das mãos frias em foz...

Meu agora espera pelo ontem...
Intercruzando tempos remotos...
Ah... quisera sentir o que deixamos dormir...
Ah... quisera poder acordar dentro deste sonho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário