quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Espinho e jasmim


Perdida em meio às palavras...
Sem rumo, debulho sonhos,
Reviro escombros,
A esmo, transbordo poesias...

Busco o teu olhar que me sorri,
Entreabro a alma neste olhar fictício...
Despejo meus versos sobre ti
E tu és apenas silêncio...

Desdobro-me em muitas máscaras,
Deslizo sinuosamente sobre o cetim...
Desvelando perfumes e metáforas,
Duelando: espinho e jasmim!

O beijo do vento sopra segredos:
O amor nos liberta e dá poder...
O passado petrificou-se em medos,
Resta-nos sentir, partir, viver...

A semente do amanhã germina.
Aninha-se no âmago do abraço...
Delinea-se: miragem que fascina,
Quando o coração é só um pedaço...

Sinto o ruflar de asas em toda parte...
Desejo do anjo, colisão, amplexo...
Auscultar o todo: ser arte
Neste mundo tão complexo...

Na ponte infindável do tempo,
Atiro fagulhas, tormentos...
(Re)viro memórias por passatempo,
(Re)organizo mosaico de momentos...

Desabo-me, despedaço-me...
É preciso fenecer, deixar-se minguar...
Para em seguida, florescer: (re)faço-me
Como a lua em plenilúnios a desaguar!

Sinto-te mordendo-me o pensamento...
Que me lês, lasciva, além de meus versos...
Sei que me vês, apesar dos reversos...
Calando a febre da carne... no firmamento!

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