quarta-feira, 24 de abril de 2013

Nós... a sós...



Queria dedilhar-te agora...
Mas tua inefável imagem se esvai...
Resta-me a vontade de ti...
A imensa necessidade de te tocar...

Sem saída...
Encurralada pelo silêncio,
Devorada pela urgência deste sentimento insano,
Procuro por um fiasco de sonho...

Adentrando a janela com devassidão...
Vejo o sol que se põe...
Deixando no escuro as estrelas...
E a ausência de ti em mim...

Desejo-te lascivamente:
Mergulhar nas profundezas da alma que somos,
Quando deixamos de ser tu e eu para sermos NÓS...
Entrelaçados... desvairados... a sós...

Hoje... busco com meus dedos...
O toque do seu sorriso e as curvas precisas do teu corpo,
Mas o vazio deste instante faz-me um estranho sem fim...
Colhendo pétalas de flores ou perfume  no jardim...

Beijando devotamente versos mal feitos
Sem rima... sem métrica... sem forma...
Esse poeta míope de si mesmo...
É capaz de trespassar barreiras apenas para te sentir...

Preciso da tua voz que ecoa em mim...
Careço de tua presença...
Embora ela sempre esteja aqui:
Padeço desta forma de amor sem fim...

Há de se pressentir novos paradigmas...
Ou mesmo destituir medos...
Porque, hoje, só pude tanger
O som discreto das palavras...

E através destas debulho anseios...
Ausculto segredos...
Perscruto a essência que só tu me trazes:
A poesia enlaça, deslancha nós... e nós... ah...estamos a sós!

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