quarta-feira, 17 de abril de 2013

Travessia




Durante muito tempo
Minha dor escutou meu silêncio...
A alma vagava dentro de mim
Em busca de um quê,
De um sentido ou propósito...
Havia um estranho dentro de mim
Que me roubava a luz
E me atirava à escuridão...
Meus sonhos segredavam
Veladamente seus enigmas
E eu vagava pela vida a esmo...
Até que a sabedoria única da vida
Transfigurou meu presente em cacos...
Encurralada entre o passado imutável
E o futuro insondável...
Vi-me diante de um espelho quebrado...
Meu olhar torto, desvirtuado...
Buscava uma via para o que eu não via...
Já que minha travessia se fazia tão vazia...
Dentro do pensamento,
Abri a janela do momento...
Dedilhei todas as formas do sofrimento,
Ansiando pelo sagrado mistério...
Em busca desta suprema sensação,
Deparei-me com a saudade...
Este véu disforme
Que nos esconde de nós mesmos
Para revelar nossa sensibilidade...
Diante dos paradoxos:
Amor–Dor... Razão- paixão
Opostos? Complementares?
Fragmentação? Interação?
Verdades? Insanidades?
Não há magia se não aceitarmos
Que somos indissociáveis do Todo...
E que só o amor pode fazer
Com que nos sintamos plenos
No corpo, na alma, no olhar do outro!

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