segunda-feira, 6 de junho de 2016

Peter Pan




 "Leituras noturnas.
Noites infinitas.
Uma paz esclarecedora.
O som do silêncio.
Vultos de sombras,um parecer da lua.
Uma árvore abraça um menino.
Um menino abraça o escuro" (CAL)

Em busca da terra do nunca, uma sombra dança
Mistura o comum ao imortal
Debulha-se inteira e intensa na arte surreal
Longe, o sonho, nesta corda bamba, balança

Adentro na fantasia e sinto - também posso voar
Compor mosaico por alhures coloridos e perdidos
Despejar perfumes, sabores, cores e segredos
Dedilhar formas, contornos, palavras além do mar

Noturno, taciturno – espelha a lua no céu escuro
Utopia de infância – olhar soturno
Seu medo é um enigma diuturno
O degredo de um porto seguro

É preciso voltar a ser criança
E ser menino mesmo sendo homem
E , na caixa dos mistérios, achar a herança:
Raízes negadas,  subjugadas que consomem

Rodopia em voo o pássaro de asas perdidas
É um anjo torto, barroco, sacrossanto
Deixa nas mãos do menino razões esmaecidas
Prontas para silenciar a foz e o pranto

Dê-me sua mão... venha comigo...
Dance diante de si, com esta ilusão
Ouça o voz do coração
Seja além de homem, porto, abrigo...

Não tenha medo, esqueça o desespero
É outro tempo, hora de desbravar
Abrir os olhos e deixar a luz entrar
Venha, além de eterno tudo também se faz  efêmero!

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