"Leituras noturnas.
Noites infinitas.
Uma paz esclarecedora.
O som do silêncio.
Vultos de sombras,um parecer da lua.
Uma árvore abraça um menino.
Um menino abraça o escuro" (CAL)
Em busca da terra do nunca, uma sombra dança
Mistura o comum ao imortal
Debulha-se inteira e intensa na
arte surreal
Longe, o sonho, nesta corda bamba, balança
Adentro na fantasia e sinto -
também posso voar
Compor mosaico por alhures
coloridos e perdidos
Despejar perfumes, sabores,
cores e segredos
Dedilhar formas, contornos,
palavras além do mar
Noturno, taciturno – espelha
a lua no céu escuro
Utopia de infância – olhar
soturno
Seu medo é um enigma diuturno
O degredo de um porto seguro
É preciso voltar a ser
criança
E ser menino mesmo sendo
homem
E , na caixa dos mistérios, achar
a herança:
Raízes negadas, subjugadas que consomem
Rodopia em voo o pássaro de
asas perdidas
É um anjo torto, barroco,
sacrossanto
Deixa nas mãos do menino
razões esmaecidas
Prontas para silenciar a foz
e o pranto
Dê-me sua mão... venha
comigo...
Dance diante de si, com esta
ilusão
Ouça o voz do coração
Seja além de homem, porto,
abrigo...
Não tenha medo, esqueça o
desespero
É outro tempo, hora de
desbravar
Abrir os olhos e deixar a luz
entrar
Venha, além de eterno tudo também
se faz efêmero!
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