Palavras
têm som de Outono
Sabor de
Primavera
Mesmo que
dedilhadas
No frio
entrecortante das despedidas
Ou no
calor ardente da paixão
Tuas
palavras transmutaram-me
Desencadearam
lágrimas
Silenciaram-me
e me emudeceram
Talvez
sejam teus Transversos
Que te
traduzem em dor
Palavras
têm vida própria
Consomem
e são consumidas
Descrevem
a alma que somos
O desejo
de ser mais
A vontade
de alçar voo
Teus
versos cobertos de azul
Transpiram-te
anjo de asas leves
Despejam-te
em espiral
Engolindo-me
e me arrancando
Da secura
inerte do meu agora
Palavras
têm gosto de poesia
Transpõem
sonhos
Levam-me
e me arrastam
Diante
delas transpasso sombras
E danço
com elas noite adentro
Tua
poesia transborda magia
E o duelo
de palavras
Corporifica
metáforas despenteadas
Escritor-leitor
veste-despe de azul
A
agonizante espera de um novo tempo
Palavras
têm voz e corpo
Comungam-se
almas em carne
Refletem
a utopia do amor:
Ao te
ler, por um instante, sinto te ter
Foste os
olhos que me ensinaram a ver.
Você sabe tão bem fazer as palavras transbordarem! Parabéns! Amei.
ResponderExcluirSolange Cândido