E
SE...
E se
eu tivesse feito escolhas diferentes?
Quantas
vezes nos perdemos na travessia...
Apenas
deixamos a vida nos levar,
Sequer
paramos para pensar...
No vai
e vem das areias da ampulheta
E
trancafiamos na memória nossa essência...
Rastejando
como lagarta não reparamos que a alma é de borboleta...
E se
eu tivesse conseguido me desvencilhar do passado?
Tantas
vezes nos deixamos conduzir...
Na dança
dos ventos e no baile das ondas...
Encontrando
nossos fantasmas, amargamos nossos medos
Seguimos
vendados, destituídos de esperanças,
Preferimos
não ver quem somos, escondemos nossos desejos
E, repentinamente,
vemos o nosso castelo de sonhos ruir..
E se
eu tivesse, desta vez, ouvido minha intuição?
Algumas
vezes nos vemos em cacos...
Destruídos
em mil pedaços, em escombros,
Seguimos
tentando compor um mosaico multifacetado...
Já que
perdemos nosso reflexo nos fragmentos do espelho quebrado...
Devíamos
ter escutado a nossa própria voz e mudado nossos passos...
E se
eu tivesse seguido outro caminho?
Vez ou
outra, a vida, entre vírgulas, coloca-nos em pausa...
E nós
que seguíamos o fluxo deste mundo líquido e insólito,
Procurando
preencher nossas lacunas descomunais
Com inúmeros
subterfúgios e máscaras sociais...
Vamos criando
expectativas e acorrentando-nos em laços superficiais...
Escamoteando
nos excessos, não notamos o que o esvaziamento nos causa...
E se
eu tivesse seguido meu coração?
Se
tivesse deixado de lado essa maldita voz da razão...
Que insinua
o tempo todo que ando torpe pela linha reta...
Que me
mostra desfigurada no mosaico de cristal colorido...
Tão
insone quanto os ébrios que desenham a ilusão...
Ainda
que fragmentada a vida segue seu curso (re)definido
Afinal,
não há “e se...” apenas o que delineamos como uma nova direção!
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