terça-feira, 9 de abril de 2019

Tempo para sonhar?


Ah... A vida sempre nos obriga a crescer...
O tempo nos rouba a leveza da inocência...
Retira-nos a venda – obriga-nos a amadurecer:
O espectro almejado vê a alma torpe e vazia.

De repente, vê-se a areia deslizar pela ampulheta...
A vida, rapidamente, se esvai, escorre pelas mãos...
Nem mesmo lembranças conseguem manter a silhueta
Do mosaico almejado, desenhado por tantos “nãos”...

O tormento daquilo que foi perdido...
No correr das horas, apenas olhares translúcidos...
Reminiscências do que queríamos ter sido...
Anos dourados já esmaecidos...

Haverá ainda tempo para sonhar já que se liquefaz a vida?
Haverá espaço para amar neste plano cartesiano e pragmático?
Haverá “amadores” prontos para desbravar sua crisálida?
Haverá interlocutores aptos a um diálogo justo e ético?

Haverá ainda horas de outrora a nos embriagar de juventude?
A face que olha e não nos vê está impregnada de amargura
Ou há ainda naquele olhar um traço mágico de inquietude?
Ah... São marcas de saudade, sulcos de impetuosidade e doçura!

Psiu... Ouça o marulho do mar...
Há um tilintar brindando outro sonho
Será possível se despir dos medos
E ainda encontrar tempo para amar?

Amar as cicatrizes que carregamos no olhar...
É aprender a aceitar nossas imperfeições,
É esquecer as máscaras das ilusões...
É, novamente, nos entregar e a um novo tempo abraçar!

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