sábado, 7 de junho de 2014

Sem medida


Palavras vazias, imprecisas, desprendem-me
Buscam a luz, a cor, a forma, um resquício de sentimento...
Duelam com o silêncio, espreitam insondáveis momentos,
Mas quando almas se encontram, ainda que em sonhos,
Desfolham-se, desfiguram-me, embaralham-se
Perturbam com o calor fulminante de um olhar errante...
De mãos dadas com o desassossego,
À procura do ar das montanhas,
Atiro-me nos braços gélidos da brisa do mar...
Naquela embriaguez incessante,
Trago ainda o gosto do mel, embora só haja sal
Desejo o sol, enquanto perambulo pela orla estelar
A noite fria, vazia de ti... anseia pela lua
Quis demais a poesia da vida que fascina e ilumina...
Acreditei possuí-la, mesmo que obscurecida...
Aquela mesma que outrora deixou-me só
Encantada pela vida que nunca seria minha...
Petrificada na vontade, quiçá na saudade,
Plantei versos na esperança desconexa da floração
Resquícios de passado, tão fora de hora
Entrecortaram-se nas areias do tempo
Estilhaçaram-se para fazer dançar nuanças
Sombras e perfis desdobrados em metáforas...
Agora, abraço o que não me pertence:
Um sonho que não pode ser meu...
Condeno-me ao desencanto,
Porque “amo o que não tem despedida”...
Permita que nossas palavras comunguem
Aqui, neste amor perdido, tão sem medida!

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