Num papel vazio de histórias
E na tela diante de mim
Delineiam-se formas
Debulham-se memórias
Nos matizes de uma nova cena
Desenham-se instantes singulares
Metamorfoseando-se o ontem
Sob esta lua cheia plena
Constelações
em alinhamento
Anjos tortos abraçando-se
Anjos tortos abraçando-se
Asas
para fazer dançar
Suplicam
o encantamento
Realidade ou fantasia
Sentidos
surpreendidos
Milhares
de estrelas despejam-se
No
céu e no chão: magia
Censuramos
a libido
Julgamo-nos
culpados do sentir
Desejos
proibidos insistem em despir
A
alma que escamoteia o urdido
Perfume
e vinho... Corpos Inebriados
Mera
ilusão dançando sob o luar
Pura
volúpia: é verdade, lá no céu, os astros
Se buscavam como nós (des) governados
Se buscavam como nós (des) governados
Impressões digitais tateiam o meu vazio
Vertem-se em palavras sacrossantas
E
em sonhos perdidos
Despejados, aqui, nesse instante tardio