Queria
dedilhar-te agora...
Mas tua
inefável imagem se esvai...
Resta-me
a vontade de ti...
A imensa
necessidade de te tocar...
Sem saída...
Encurralada
pelo silêncio,
Devorada
pela urgência deste sentimento insano,
Procuro
por um fiasco de sonho...
Adentrando
a janela com devassidão...
Vejo o
sol que se põe...
Deixando
no escuro as estrelas...
E a
ausência de ti em mim...
Desejo-te
lascivamente:
Mergulhar
nas profundezas da alma que somos,
Quando deixamos
de ser tu e eu para sermos NÓS...
Entrelaçados...
desvairados... a sós...
Hoje...
busco com meus dedos...
O toque
do seu sorriso e as curvas precisas do teu corpo,
Mas o
vazio deste instante faz-me um estranho sem fim...
Colhendo
pétalas de flores ou perfume no
jardim...
Beijando
devotamente versos mal feitos
Sem rima...
sem métrica... sem forma...
Esse poeta
míope de si mesmo...
É capaz
de trespassar barreiras apenas para te sentir...
Preciso
da tua voz que ecoa em mim...
Careço
de tua presença...
Embora ela
sempre esteja aqui:
Padeço desta
forma de amor sem fim...
Há de
se pressentir novos paradigmas...
Ou mesmo
destituir medos...
Porque,
hoje, só pude tanger
O som
discreto das palavras...
E através
destas debulho anseios...
Ausculto
segredos...
Perscruto
a essência que só tu me trazes:
A poesia
enlaça, deslancha nós... e nós... ah...estamos a sós!
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