sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lua azul




Abraçando a alma
Metáforas aladas delineiam sonhos
Trazendo-me a calma

Tateiam-me na escuridão da ausência
Destroem as barreiras
Que impedem a urgência... a carência

Olho para o alto
Sinto a presença do meu anjo azul
A permitir-me um salto

A luz da lua despeja plenilúnios
Transbordando seu azul
Nos meus tristes desígnios

Ah! Quisera os céus
Concedessem-nos a profana graça
De podermos descortinar véus

Destituídos de máscaras ficar
Desprovidos de nós mesmos estar
Dançaríamos a noite toda sob este luar!


Rainha Sagrada


Em algum lugar da história,
Ficou perdida a memória...
Quem seria aquela mulher?
Qual a importância dela?
Seus cabelos acobreados
Camuflados sob o véu vermelho,
Sua postura de rainha,
Sua estirpe sagrada
Revelam e escondem
A calúnia e o silêncio...
As Escrituras a citam,
Mas silenciam sua origem,
Negam sua importância..
Escondem o poder
Que foi entregue
Nas mãos desta mulher...
Pequena e forte,
Capaz de vencer
Desafios milenares...
Seu legado de amor
Emerge do silêncio:
Visões, vozes, estigmas
Delineiam o passado
Para vislumbrar o futuro...
Muito foi vivido
Sufocado, perdido...
Mas a verdade
Sempre prevalecerá...
Além do tempo e da memória...
Ela escreveu com flores e dor
A verdadeira História do Amor!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Foz


O poema é o porta-voz
Escute-o
Desdobre-o no sonho após

A verdade tem voz
Ouça-a
Ecoar em nós

O tempo passa veloz
Viva-o
Em palavras que desmancham nós

Pedaço de mim feroz
Detenha-o
É preciso redimir o algoz

Laços de amor... a sós
Entrelaçando-nos
No seu desejo atroz

A solidão é meu albatroz
Vença-a
Lágrimas buscam sua foz

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ausente


Uma dor profunda rasga-me a alma
Transborda-se em lágrimas
Reverte-se em saudade
Sinto-me perdida,
Profundamente só
Mergulhada no caos absoluto das horas
No horizonte
Um vazio incomensurável
Dentro de mim,
Já nem sei quem sou
Fechei-me num casulo
Aprisionei meus sonhos
E eles me sufocam por sua impossibilidade
Olho para o passado
E não me reconheço
Queria agora... poder estar numa praia
Caminhar descaça pela areia molhada...
Deixar as ondas levarem essa dor
Mas pouco me resta
Apenas ela se faz presente
Todo o mais está longe...
Ausente!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Espera


Meu olhar busca o teu entre brumas frias
Dança na alma a esperança de um sonho
Diante da janela que me sorri
Busco a voz do teu coração
Que me chama
Que sussurra segredos
Que canta em uníssono
A canção que os rouxinóis fizeram para nós
Pisamos nuvens
Plantamos estrelas
Colhemos rosas
Esquecemo-nos dos espinhos
Enlaçados pela brisa
Alcançamos o outro
Deslizamos suavemente
Tateando o desejo
Que nos abraça
Que nos preenche
Que nos consome
É a sinergia que nos atrai
Concatenando-nos
Encadeando ações e reações
Físicas e/ou psíquicas
Somos apenas um fiasco de luz
Dançando na escuridão
Ao nos tocarmos nos tornamos
Chama incandescente
Ao nosso redor não há mais nuvens
Apenas pétalas de rosas vermelhas
Um doce perfume de pecado
Inebriando-nos, ensandecendo-nos
Vagamos por caminhos
Desenhados para nós
Sentimo-nos incendiar no corpo
A febre que faz a alma delirar
Permitimo-nos a entrega
E no espelho de nossos olhos
Vemos o fogo sagrado
Que uniu nossas almas
Quando habitavam outros corpos
Revemos o que fomos
Reafirmamos nossos votos
Confidenciamos ao amor
O amante que outrora fomos
São muitas faces
Várias histórias que se perscrutam
Apresentando-nos como protagonistas
À espera de mais um encontro!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vitral




Algumas vezes estamos tão perdidos
Que não conseguimos discernir
O que desejamos do que somos...
Nossas asas foram podadas
Impedindo-nos de voar
Em direção a nossa própria essência...
Exilados de nós mesmos deixamo-nos transformar
Em meros zumbis, marionetes,
Que cumprem seus deveres mecanicamente...
Deixamos de lado a voz que ecoa
Constantemente dentro de nós
Clamando-nos por mudanças...
Esquecemo-nos de ser e do que viemos buscar
Vamos levando uma vida morna
Repleta de “se” e “quase”...
Se tudo fosse diferente,
Eu poderia quem sabe ser feliz...
Quase tive coragem de me virar do avesso
E transmutar-me em borboleta...
O tempo evapora a vontade de viver,
Os sonhos vão minguando...
E o cinza desbota as cores que trancafiamos na alma...
Mas chega um instante,
Que uma corrente mágica quebra nossos grilhões
E as tempestades varrem o que resta do passado...
Porque o que fica é um amontoado de cacos
Daquilo que almejamos outrora...
Miramo-nos no espelho
E não reconhecemos a face que olha, mas não se vê...
Afinal somos uma sombra do que poderíamos ter sido
A crise existencial nos conduz ao caos supremo
Devastados pela tristeza, mergulhados na decepção,
Quase desperdiçamos a vida que recebemos de presente
Contudo Deus não abandona os que têm fé...
E um sopro de sonhos, uma névoa de sorrisos
Permite-nos descobrir....
Que em algum lugar poderemos colar nossos cacos
E num mosaico multicor refazer  o ser que somos
Meu vitral reflete agora a luz colorida do sol
Que nasce lá fora, mas que brilha aqui dentro
Sinto a suavidade da brisa a dançar em mim
E beijo silenciosamente o futuro... 

Desbravar


Meu coração busca a luz
Que as sombras esconderam
Em algum lugar do passado...

Entreabro a janela da alma
Vejo as estrelas desaparecerem
Dando lugar a uma nova manhã...

O sol doura o horizonte
Rajando o azul de púrpura
A brisa dos sonhos suspira...

Olho o amanhecer
Contemplo o devir
Uma nova estrada delineia-se...

Tem muitas curvas
É de chão batido
Mas me oferece muitos portais...

Aspiro o ar puro
Sorvo o sopro da vida
Ergo o olhar em prece...

Grata pela aquarela de sonhos
Que despeja cores
Sobre o cinza dos meus dias...

Há uma beleza translúcida
Psicografando imagens
Imprimindo as paisagens da existência...

É hora de cortar vínculos
Podar frustrações
Abrir os olhos e ver...

Quão longe
Podem ir os sonhos...
Levando os nossos passos...

Que buscam e pisam
Que deslizam e constroem
Que almejam e fazem...

O presente e o futuro!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Voz da alma




A luz da lua despeja plenilúnios
Ouço uma voz que ecoa dentro de mim
Chamando-me pelo nome
Procuro-a e não a vejo
Fecho os olhos e abro o coração
Sinto-te perto...
Posso dedilhar tuas formas
Contornar teus lábios
Ouvir teus suspiros
Mas meus olhos não conseguem alcançar-te
Estás longe... Estás aqui... Dentro de mim!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Energia Cósmica




Há uma energia cósmica intensa
Suspensa no ar...
Desfragmentada, perde seu poder...
Integrada, torna-se avassaladora,
Indelével e inexorável...
Sua dimensão divina dá-nos asas inefáveis...
Faz-nos tocar estrelas...
Sentir toda a extensão da nossa humanidade...
Às vezes, precisamos perceber nossas fraquezas,
Compreender que não controlamos tudo...
Nem ao outro... Nem a nós mesmos...
Esta energia tem vários nomes,
Significados múltiplos...
É absorvida de maneira única por cada um,
Destitui todas as máscaras...
Desfaz medos intrínsecos encurralados em nós...
Permite-nos desabrochar...
Despejando pelo caminho,
Resquícios magnéticos,
Faíscas multicores,
Perfumes raros e vários sabores...
Torna-nos encantadores
De pessoas... De vidas... De almas...
Possibilita-nos a elevação...
Envolve-nos em suaves brisas e rosas...
Vemo-nos, então, seduzidos pela magia
Que a transmuta em pura alquimia...
Percebemos se aguçarem nossos sentidos,
Somos invadidos pelo desejo de ser,
Esquecemo-nos do materialismo...
Do nosso tão grande egoísmo...
Esta energia está em tudo e em todos...
Nos algures e alhures da existência...
É a nossa própria essência...
Denominada por tantos de AMOR!
E, mesmo quando o negamos a nós mesmos,
Perceptivelmente vemos
Que só amor transforma...
Que só amor constrói o ser que somos...
Que só amor nos leva à nossa essência divina...
Porque tudo suporta, a tudo vence...
E a tudo transcende...
Só o amor... Mais nada!...

domingo, 19 de agosto de 2012

Violino


Um violino triste ressoa melancolicamente...
Sinto uma vontade imensa de mergulhar
Neste imenso vazio sobre o mar...
E tocar de leve a imagem desenhada na mente...

Ainda sem forma clara, vejo delinear-se...
Será uma face, um corpo, uma pessoa?
Será sombra que se esqueceu da luz?
Será apenas meu reflexo perdido no espelho?

Os acordes dilaceram minha alma
Que chora e clama sem cessar
Pelas asas de anjo...
Que a permita voar...

Sinto que o céu tocou meu chão
A terra encheu-se de cor
Absorvo a essência do amor
Nestes raros perfumes de flor...

A dor que me aprisionava
Despareceu ao ver-te
Diante de mim
Refletindo tempestades e calmaria...

Sinto teus olhos sobre mim...
Beijo teus lábios ardentes
Recebo o teu calor...
Sou capaz de aspirar o teu sabor....

O violino arqueia...
A música leva-nos a bailar
É dança da vida
Que nos faz vibrar...

Dança, canta, chora...
Clama, geme, suspira...
É o delírio da valsa do tempo
Permitindo-nos ser nós...

Enlaçados, entrelaçados...
Corações, corpos, mãos trêmulas...
Almas, sentimentos, tormentos...
Sintonia ou afinidade, amor ou felicidade?

Desejo Insano


desejo insano de te tocar
persiste dentro de mim

é avalanche de emoções
desencadeada repentinamente

gostaria de calar a voz do coração
que grita por ti, por nós

no entanto, sinto que não posso
não tenho o direito de fugir

esquivar-me de mim mesma
é negar a minha essência

de alguma forma, tu fazes parte de mim
e eu te quero com toda a força do meu ser

quero-te como menino
que busca o futuro

quero-te como homem
que deseja e luta pelo que quer

quero-te em corpo e alma
como amante... por amor

quero-te em mim
como nódoa, marca vívida

quero-te assim...
inteiro para mim...

sem medos, nem mistérios
sem rodeios... intacto e verdadeiro...

voluptuosamente, delineia-se sua imagem
dedilho-te vagorosamente...

quero conhecer cada centímetro teu
deixar a magia que existe em nós se espalhar

espero por ti...nas páginas vazias
que escreveremos para nós

espero por ti... em algum lugar
quando nos for permitido verdadeiramente amar!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Anjos Caídos



Às vezes, nossos passos
Acovardam-se no vácuo...
Acomodam-se ao cinza,
À mesmice e à rotina...

Esquecemo-nos de que a vida 
É um PRESENTE!
Nossos pés seguem uma direção
Diferente da do coração...

Acorrentamos nossas almas
Á convenções tolas,
Desprovidas
De valor verdadeiro...

Permitimo-nos escravizar
E ser escravizados
Pela busca vã
De sonhos utópicos...

E por tudo isso
Vamos nos perdendo...
Deixando desbotar os sonhos
Amargando o vazio e a angústia...

Muitas vezes tocamos nosso âmago
E escarafunchamos nossa alma...
Buscamos desesperadamente um grito,
Um fiasco de esperança...

De onde menos se espera...
Quando não mais se imagina...
Deus nos pede para acordar
E abrir os olhos...

Perceber a beleza das cores vívidas
Das suas aquarelas magistrais
Que se erguem para o infinito...
E ver as estrelas no firmamento...

Sentimo-nos tocados
Por mãos divinas...
Abraçados aos anjos caídos
Que nos elevarão ao paraíso...

Em algum lugar, num momento único,
Nossos olhos encontrar-se-ão
E um portal tridimensional 
Abrir-se-á diante de nós...

Seremos transportados até as estrelas,
Tocaremos o céu 
E ao mesmo tempo
Ouviremos  a canção melodiosa do mar...

Que nos lava e leva...
Afogando os medos...
E nos possibilitando erguer os olhos
A Deus em prece...

O amor é dádiva e eu sou feliz...
Porque sinto esse amor imenso dentro de mim...
Sinta-o... Sinta-me...
Sejamos nós: ser único!

É preciso agradecer
Porque Deus nos concedeu a dádiva do amor...
Fez-nos homem e mulher
E permitiu esse encontro escolhido por nós...

Necessito agradecer
Por conhecer meu pedaço de céu na terra...
Mesmo que não possamos, ainda, 
Deter o tempo e amanhecer um nos braços do outro...

Quero que o sinta e permita-se
Ser invadido pela felicidade plena do amor...
Como apenas os anjos caídos
Podem, juntos, vivenciar...

Unamo-nos e entrelaçados
Poderemos mais uma vez
Amar... Viajar... Voar...
Em direção às estrelas... sobre o mar!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Meu amor, meu anjo...




Existem momentos que nos fazem crer
que Deus ainda acredita em nós...
Há pessoas que nos tocam em alma
de uma forma tão intensa e inteira
que percebemos que mal nos conhecíamos...
Assim foi conosco...
Tu chegaste de mansinho...
Enredaste-me devagarinho...
Embalaste-me em versos...
Enlaçaste-me num sonho...
E eu não pude fugir...
Não quis... É verdade...
Tentei me desvencilhar...
Sufocar-me...
Mas a comunhão de pensamentos, de almas 
impediu-me de sucumbir a esmo....
E de novo nos aproximamos...
Parece que mais forte...
Permitimo-nos sentir a nós mesmos e ao outro...
Esqueci a culpa...
Bani o medo...
Deixei-me levar...
Perdi-me na ânsia louca de te amar...
Por instantes únicos e supremos,
estivemos um nos braços do outro...
Tocamos e fomos tocados...
Acariciados...
Beijados...
Despejamos sobre o corpo o que a alma anseia...
Entregamo-nos ao desejo, ao prazer, um ao outro...
A fantasia era maior do que a distância...
Invadimos e fomos invadidos pelo desejo...
Comungamos, consumamos, deliramos...
Permitimo-nos ser volúpia ardente...
Corpos entrelaçados e almas conectadas...
Ávidos, loucos, insanos, despudorados...
Tu me fizeste esquecer-me de tudo...
E sentir uma vontade louca de viver...
Ainda que por breves instantes...
Fazia muito tempo que não me sentia viva...
Queimando de desejo...
Desejei imensamente tocar-te verdadeiramente...
Entregar-me a ti de corpo e alma...
Fui dormir contigo ontem...
Estava impregnada por tuas palavras,
Fui seduzida, envolvida...
Sentia-me lasciva, lânguida,
carente de ti, da tua voz, do teu corpo...
Não pude resistir...
Adormeci...
Ao acordar,
estranha transformação operava-se em mim...
Sentia-me bela, desejada, feliz
como há muito não me via...
Tu fizeste a lagarta transmutar-se em borboleta...
Um riso solto fez-me lembrar da menina de outrora...
Há uma saudade imensa de ti...
Não te encontrei...
Ainda...
Mas te espero...
Como te espero...
E te quero...
Quero-te...
Quero tudo...
Nós...
De novo...
Verdadeiramente...
Concretamente!



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Metáforas aladas




Desprendem-se em metáforas aladas...
Escorregam no baloiçar do vento, nas asas do tempo...
Despejam na página nua a cor púrpura dos sonhos...
Há uma melancolia fria invadindo a alma...
Estou esquecida no passar veloz das horas...
A rotina sufoca-me e amedronta-me...
Mergulho nas páginas de mais um livro...
Liberto-me das desilusões, dedilho imagens
Alhures... Noutro momento... Talvez no firmamento...
A luz boreal lampeja reflexos multicores...
Estaticamente, plasmam-se instantes...
O poeta das ilusões sussurra-me suas canções...
São versos de solidão, aspirações, desejos do coração...
Pedem auxílio para que se esqueça da vaidade...
Insistem que prossigam os passos...
Lenta e continuamente, em busca da concretização...
Tornar-se um deles? Não sei se posso...
Quero... Mas não sei se mereço...
Conflitos em mim duelam assim:
Desfecham golpes, latejam a dor do esquecimento...
Medos perturbam-me, desafiam algumas marcas...
A agonia persiste, cicatrizes pulsam...
Como se abrissem uma lacuna de dor...
Gritam segredos...
Receios de perder a luz que se acende em mim...
Não quero ficar novamente só...
Fecho os olhos, não vejo nada...
As sombras do passado desgrenham o presente...
Peço perdão, mesmo desconhecendo o erro...
Não importa mais... Existem pedras a vencer...
Há flores com perfume inebriante...
Toco meus sonhos... Abro os olhos...
Contemplo as estrelas distantes
Que iluminam as noites sem lua de minh’alma...
A noite se vai e o sol despeja-se douradamente
Entrego a Deus os medos e os sonhos...
Curvo-me diante da grandeza do caminho...
Meus passos ainda torpes revelam:
Fui escolhida para desenhar metáforas,
Expor ou camuflar a sabedoria de outrora...
Abraço minha missão, não há como fugir...
Não se pode fingir que é normal sentir-se preso...
Há algo em mim...
Um devaneio que aladamente decolou...
Pássaro encantado que guardou suas asas
Anjo transvestido humano canta sobre minha cabeça...
Caminha escondendo suas asas, toma-me pela mão,
Revela-se e desvela a direção...
Ouço sua voz, que tantas vezes preenche meu silêncio...
Sinto afastar-se de mim a solidão...
Várias são as formas; muitas, as histórias divinas
Contadas e cantadas por mãos humanas....
Lágrimas e anseios esfarelam-se em palavras...
Eu, de olhos vendados, busco olhar atentamente...
Encontrar a luz, que tive tanto medo de ver...
Havia receios de não a merecer...
No alto da montanha, olhos fechados, braços abertos...
Prontos para em asas se transformarem...
Não estou sozinha, abraçada ao anjo...
Permito-me e sinto asas ao vento ruflarem...
Ouço sua voz, partilho o seu ou o meu sonho?
Não importa... Dúvidas vão e vêm...
Todavia permaneço, anoiteço e adormeço...
Ao abrir os olhos, verei o que está além...
Agradeço, amanheço e prossigo...
Meus pés descalços tocam a areia...
Sinto a água fria a banhar-me...
Entreabro meu coração
Há uma chuva multicor de pétalas de rosas...
A alegria espanta a tristeza...
A luz, o bem e o amor escancaram-se...
Sinto-me grande, embora seja tão pequena...
Cada um se torna essencial, é uma peça única...
Eu nunca quis jogar,
Mas a vida transformou-se e transmutou-me...
Agora, descortino véus...
Sou grata aos amigos, anjos, e porque não os céus?!...