Minhas palavras são um pretexto...
Uma conexão com outra alma...
Um vínculo de amor eterno:
Mutação de metáforas
Em asas diáfanas...
Minhas palavras estão perdidas...
Sinto-as aladas seguirem Zéfiro...
Abandonam-me à minha própria solidão...
Seguem a luz da lua
Para afastar a escuridão da rua...
Minhas palavras levam-me longe...
Abrem a janela da alma,
Conduzem-me à dança dos ventos...
Absorvo o sabor acre do medo,
Desvelo o assombro dos sonhos...
Minhas palavras delineiam uma ilusão
Que me olha de soslaio no espelho...
Olhos negros como a noite
Encantam-me... Seduzem-me...
Devoram-me na febre da paixão...
Minhas palavras professam a existência...
Escarafuncham segredos,
Emerge das cinzas a essência...
Confesso que sufoquei
O poeta e suas palavras, por prudência...
Minhas palavras revelam-me por inteiro...
Debulham matizes vividos
Sob um universo onírico...
Afastam o cinza com suas marcas indeléveis,
Metamorfoseando-se em cacos coloridos...
As palavras não são mais minhas, não me pertencem,
São presentes, assim como os sentimentos...
Meu poeta se vê solitário sem suas palavras...
Afinal, deu-lhes asas metaforizadas...
E soprou-as aos seus ouvidos...
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