Meus
olhos se abrem para um novo tempo...
Desbravo
os confins do meu eu...
Procuro
por alguém que fui...
Não
encontro ainda quem sou...
Vejo-me
como ser multifacetado,
Sou
reflexo dos teus olhos
Que me
olhas de longe...
Temes a
voz da alma
Que nos
impele,
Que nos
envolve,
Que nos
atira ao precipício...
Deixo-me
cair,
Não há
com fugir...
Clamo
por Zéfiro
E
sinto-me planar...
Sou
levada pelo vento...
E
deixada suavemente sobre as estrelas...
Quase
toco a lua...
Mas meu
sonho muda de repente...
Atira-me
de volta ao furacão...
Perco o
chão...
Já não
sei qual é minha direção...
Olho ao
meu redor:
Estou
só.
Faz
frio.
Espero
pelo teu olhar...
Que me
queima, que me desnuda...
Que
pinta de cores mil as minhas aquarelas...
Que me
desestabiliza e me entontece...
Sinto
meus pés tocarem o sonho...
É belo,
mas deixa-me um amargo sabor nos lábios:
Tem
gosto de chegada...
Ao
mesmo tempo é partida...
E nas
idas e vindas destas névoas...
Vejo-te
surgir e sumir...
Às
vezes tu te ausentas
E me
deixas sem saber para onde ir...
Sinto-me
partida, sem um pedaço de mim...
Não que
eu acredite em metades...
Vejo-nos
como seres inteiros,
Porém
como uma asa só
É
preciso abraçar o outro...
Afinal
eu preciso...
Quero contigo
voar...
Em
busca de um novo rumo...
Ou
mesmo de mim mesma!
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