quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Utopia?



Há um dia lindo lá fora...
Busco no âmago do meu ser as palavras
Que me permitem compreender o meu agora...
A insatisfação...
A angústia de buscar algo 
Que nem eu sei o que é...
O medo de me acomodar à mesmice...
Os desafios que se impõem a cada passo...
Tudo isso e nada disso justificam
O vazio...
Que se faz crescente nas profundezas de minh’alma.
É como se a vida que levo não fosse minha,
Estou num lugar que não me pertence
E ao qual também não pertenço.
Meus sonhos perderam-se 
Na impossibilidade de realização.
É preciso encontrar a direção...
Acreditar que meu barco,
Mesmo que, à deriva,
Encontrará um porto seguro...
Um lugar que me permita mergulhar 
Nos confins de mim mesmo...
Onde haja devaneios possíveis
E passíveis de serem concretizados.
Não posso deixar passar o insight
Que me possibilitará transmutar
Sinto-me como a lagarta:
Esperando o instante certo 
Para romper suas barreiras
E abrir as asas coloridas da borboleta etérea...
Estou amarrada nos grilhões do medo,
Porém é preciso quebrar os elos 
Que aprisionam a alma
Alçar voo em busca da liberdade do pensamento...
Sim, as palavras possuem asas...
Dão-me a possibilidade 
De voar pelas plagas do tempo...
Tocar no passado 
E escrever o futuro 
Que taciturnamente se delineia à minha frente.
É preciso parar diante do abismo,
Contemplar a imensidão 
Que os olhos conseguem alcançar,
Acreditar nos planos (in) certos de Deus...
Muitas vezes os desconhecemos,
Mas Ele tudo compreende, 
Tudo pode e vê...
Preciso achar a âncora dos meus sonhos...
Estão flutuando nas brumas do amanhecer
Suspiram, soluçam, clamam...
Se conseguirem se encaixar
Como peças de quebra-cabeça
Talvez percebam a força transformadora
Que carregam na sua essência...
Ah, como anseio pela transmutação
Há receios, afinal somos humanos,
Falíveis, imperfeitos...
Preciso encontrar o farol
Que guiará meu barco
Entretanto, enquanto isso,
Vejo vislumbrar diante de mim
As pegadas na areia da existência,
As marcas indeléveis do tempo...
Ouço o vento a sussurrar segredos...
É tempo de esperas...
É urgente fazer um balanço:
Contabilizar passado,
Equilibrar presente,
Pintar futuro...
Quero cores novas...
Para acreditar que tudo isso 
Não é apenas utopia
Sei da minha insignificância
Todavia há esperança
De podermos transformar
De muito conquistarmos
É preciso semear, planejar...
E antes de tudo...
Acima dos medos...
Acreditar...
Principalmente em nós mesmos!

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