terça-feira, 22 de novembro de 2011

Possessão


O vazio tem me consumido...
Preferia ser novamente
Pela paixão consumida,
Pelo amor indubitavelmente.

Grandiloqüente - desmistificador -
Vestido de sonhos.
Sensações emoções - destruidor -
Despido de medos.

Mas se faz abismo
Nos confins de mim mesmo.
Incógnita do destino
Perdida no infinito  - a esmo.

No profundo insondável
O “eu” verossímil
Busca nos olhos fechados - o infindável.
Perde-se entre olhares - o indivisível.

Busca insana
O “eu’ sem face
Que a trama desvaira
Num tu - máscara  - interface.

Sonho usurpado
Pelas agruras e pedras.
Realidade que apaga o passado
Dos olhos - trevas.

De púrpura veste fases
O crepúsculo das ilusões...
Fantasmagóricas e perspicazes
(Trans)Mutações.

Olhar que se perde
No horizonte desfeito
Pintam sombras, anseios concede
Nas aquarelas sem cor - sonho perfeito.

Mergulho no tempo,
Reviro lembranças.
Apenas fagulhas - fragmento...
Restam tão poucas esperanças.

Suspiram saudades...
Mesclam-se histórias...
Não quero meias verdades,
Alusões pictóricas.

O vento e a saudade sopram...
A metamorfose do “eu”
Asas se abrem
Para o vôo meu...

Borboleta multicor
Como Fênix se ergue
Para ver o sol nascer indolor
À (bre)vida(de) entregue...

Instantaneamente em luz
Alvorecer... Desabrochar...
Em perfumes, flores - Seduz,
Revirando desejos.

Alça vôo, um sonho dourado.
Mistério a ser desvendado
No âmago lacrado...
Obsoletamente guardado...

Nas vozes, descortinam-me
Estilhaços de mim
Nos versos, encobre-me
Possessão enfim...

Canções incertas
Consomem e são consumidas.
Palavras vernáculas
Circuncidam o voo insigne de nossas vidas!

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