NOITE ESTRELADA DE VAN GOGH
A arte e a poesia andam de mãos dadas:
O poeta em mim às vezes sussurra,
Às vezes chora,
Às vezes conclama,
Às vezes apenas silencia...
O poeta em mim recarrega minha alma de poesia
E, através de alguns versos, debulha palavras,
Dedilha os escombros dos meus sonhos...
Apresenta consonância com minha história
multifacetada,
Encontrando eco nas vozes que povoam o
imaginário...
Imersa na obra de Van Gogh, caminho pisando
leve,
Perambulando pela mente conturbada de um gênio,
Um dos maiores gênios pictóricos já conhecidos...
Sua arte - icônica e significativa –
Foi tão intensa quanto sua alma incompreendida...
Ele dizia que não queria pintar quadros, mas
sim a vida...
Buscou inovar e criar, por ser um grande
vanguardista,
Desenvolveu seu talento com um estilo genuíno e
próprio...
Seu olhar triste refletia seu deslocamento...
Não encontrava sentido no seu tempo, nem na sua
história...
Pintou mais de setecentos quadros, mas vendeu
apenas um...
Viveu em crise a maior parte da sua vida
Isolou-se do mundo, internou-se, feriu-se e foi
ferido...
Sucumbiu à dor para nos fazer viajar pela
memória:
Em tantas obras como “O quarto em Arles” e “Noite
estrelada”...
O poeta em mim dá as mãos ao pintor pós-impressionista:
Sussurrando aos meus ouvidos as nuances coloridas
da alma,
Sigo absorta, afetada pelo belo, pelo insólito mundo
da arte...
Vou observando o desvendar da minha e de outras
tantas trajetórias
Sorvo o agridoce sabor sinestésico que abastece
de luz minhas memórias!
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