segunda-feira, 19 de julho de 2021

TRANSPOSIÇÃO SEMIÓTICA

 


Ando com uma fome de mim mesma

Precisando devorar o banquete de sensações

Há uma ânsia de viver

E cada palavra delineia o pulsar da vida

Transbordando o vinho que embriaga e encoraja

Vinho este que responde a todas as perguntas

Mesmo as que ainda não foram formuladas

Aspira-se por instantes mágicos

Que nos possibilitem transpor diversas linguagens

Que intercruzem necessidades, vontades, prioridades

E assim sorver, gota a gota, a liquidez das tempestades

Devorando os sentidos do sentir

Diante dos mistérios do porvir

Entregando-se à nossa imensa fragilidade

Permitindo-se exaurir nas chamas de nossa intensidade

(Trans)posição  de formas e palavras

Em cores, odores, toques e sabores

Degustar de sentidos singulares

Paladar seleto instigado pelas formas (semi)óticas

Que dedilham à flor da pele

Apuradas essências, líquidos, fluidos, excrescências

Transformando sombras em luz

Abraçando a humanidade que há em nós

E que outrora vivia na penúria

Mendigando compaixão e empatia

Transmutando o abstrato em concreto

Convertendo paixão em poesia

Transformando o cinza da mesmice

Em cores reluzentes

Metamorfoseando lagarta em crisálida

Crisálida em borboleta

Rastejar de desejos

Em voos de liberdade e sonhos

(Trans)posição de versos

(In)versos de mim

(Semi)ótica de imagens desconexas

Mosaico do sentir

Que me faz chorar e sorrir

Ferindo e machucando

O ego a se desconstruir

Debulho metáforas em ti

Para descortinar cicatrizes

Que se vertem em palavras

Perfilando reflexos no espelho do eu

Que vão além destes tempos sombrios

Transposição semiótica da nossa história atemporal

Que escrevemos juntos a cada dia sem igual

Quando abrimos os olhos

E deixamos nossos sonhos debaixo do travesseiro

E nos vestimos de sol para 

A – COR- DAR...

 


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