domingo, 13 de junho de 2021

Alma Cigana


A poesia pertence aos amantes...

Aos que tem coragem de amar...

Amar a si mesmo...

Amar ao outro...

Amar, ainda que se sinta perdido, despido do pudor de todos os tabus!

O amor é o mergulho na poesia esquecida que nasceu sem permissão...

E que nos mantém vivos a despeito do medo e da dor

A poesia é o que nos reveste de sonhos...

Quando tudo a nossa volta mergulha nas sombras...

O amor é este sopro de vida que nos faz sentir vivos.

Ainda que quase tudo pareça morto diante de nós...

A nossa capacidade de amar nos faz encontrar esta poesia:

Devolve-nos o que foi roubado pelas agruras da realidade...

Sou destes que amam, apesar de muitas vezes não se sentir amado...

Daqueles que tem a ousadia de se entregar nos braços do desconhecido...

De tocar o insondável, o incomensurável, o imponderável...

Afinal “amar é dar o que não se tem a quem não quer"...        

É se perder nas lembranças da nossa caixa de Pandora:

A nossa arca da memória que tantas vezes nos leva a tocar o intangível...

Sou amante da poesia que descortina a cada dia

As cascas inúteis das horas findas no mergulhar atemporal da travessia...

Que reveste de cores a apatia...

Afinal, sou poeta, amante, errante, nômade perdido,

Destes que erram muito e tanto,

Que carregam, na pele e no espírito, as digitais desta minha alma cigana!


Nenhum comentário:

Postar um comentário