domingo, 26 de julho de 2020

Colibri



Natureza em harmonia perfeita...
Dualidades muitas em equilíbrio,
Ainda que tempestades tragam frio...
Tirando-nos a calma num calafrio
Ou nos atirando ao vazio...
Há, aqui, arquétipos da esfera rarefeita...

Diafaneidades fazem parte da alma imperfeita:
Transbordam emoções...
Debulham-nos em inconstantes sensações,
Duelam atemporalmente paixões
Que nos despem de tantas contradições...
Para perfilar enigmas na alma refeita!

Ainda que esteja sóbrio... sinto-me ébrio...
Entorpecido pela realidade,
Empedernido pela dificuldade,
Urge romper grilhões e escancarar a verdade:
Encontrar em nós todos os resquícios de humanidade...
Evolução emocional - eis o nosso grande mistério!

É preciso vencer a mesmice...
Ser nós mesmos: revolucionários!
Ainda que isso faça de alguns mercenários...
E dos que amam panfletários...
Afinal, há em nós tantos contrários!
Que nos reconhecemos em recaídas de pieguice!

Molda-se mosaico de destroços perdidos
Tingindo com tintas multicores o cinza dos dias mornos...
Prelúdio desalinhando acordes tortos...
Tiram-nos a paz, brincam com quimeras e desejos absortos...
Vontade ávida exaspera e lança-nos aos infernos,
Despenhadeiro inumano: império de todos os sentidos!

Voa livre o colibri... Cobre e sorri... Sonhos de amor!
Imperfeições de humana e singular beleza
Encobrem as nuanças cinza da tristeza...
Tangem suspiros diante da delicadeza...
Acordam percepções à flor da pele com sutileza...
Ah... Beija-flor, fere e beije, profundamente, sua flor!!!

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