quinta-feira, 2 de abril de 2020

ISOLAMENTO



A liquidez do presente roubou-nos a sensação de segurança,
Deu-nos a aparente liberdade de escolha,
Contudo vivemos enclausurados...
São muitas as nossas prisões!
Tantas escolhas nos sãos impostas!
Assumimos máscaras sociais:
A mulher de hoje, por exemplo, não tem escolha...
Precisa ser desdobrável...
“Ser ou não ser, eis a questão? ”
Ser mãe, esposa, filha ou ser profissional competente?
Ser engajada e politizada ou ser submissa e alienada?
São tantos papéis que nos perdemos...
Vivemos à espreita de nós mesmos, à margem de nossa essência...
Não há mais tempo para sentir...
Desgastamo-nos nas frustrações cotidianas
Que nos impedem de esvaziar a mente
E encher de emoções o nosso coração!
Pensamos em demasia e sentimos tão pouco!
Vivemos a serviço de coisas e papéis impostos...
O capitalismo selvagem nos transforma em máquinas,
Tornamo-nos escravos, acorrentados à imagem e às ilusões...
Exaurimo-nos emocionalmente...
Sem mapa ou bússola, vivemos à deriva...
Nestes tempos sombrios, há, sem dúvida, uma metamorfose à vista!
O isolamento nos confina,
É preciso nos reconectar com nossa própria essência...
Estamos na berlinda ou à beira do precipício?
O que restará de nós quando a tempestade se dissipar?
Talvez percebamos que a humanidade está, há muito, doente...
Quem sabe aprendamos com a dor e a solidão
A sermos apenas nós mesmos?
É necessário aceitar que somos frágeis...
Precisamos de todos, vivemos carentes do outro
É chegada a hora de observar, refletir e sentir...
A lagarta, fechou-se em crisálida...
A metamorfose da humanidade se aproxima...
Ainda enclausurados, urge fortalecer nossas emoções...
Arrefecer a arrogância e a prepotência...
Afinal, nem tudo o dinheiro pode comprar...
Aprenda e exercite a tolerância e a empatia...
Acolha com amor a dor do outro...
Certamente, depois de todo este caos,
Quando a calmaria serenar nossos ânimos,
Será possível redescobrir nossas relações afetivas
E abraçar novamente nossos amigos
Sentindo no micro a dimensão do macrocosmo
Ninguém passará por tudo isso ileso...
A transmutação está em curso....
Para que nos tornemos, antes de tudo, HUMANOS!

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