Quando a vida em mim grita
Palavras ultrapassam o
sentido
Desmedidamente tocam o vivido
Faz-se, enfim, poesia que
suscita
O canto triste deu lugar à
nova melodia
Ainda nos primeiros acordes
Já desmoronam desculpas torpes
Que construíam o castelo da
fantasia
Quis fazer de conta
Que era suficiente, ainda que
tonta
Não queria ver o que me
afronta
Desfazer meus nós e de novo
estar pronta
Diante do descabido abandono
do sonho
Vejo delinear outro caminho
Ainda que tivesse, a esmo,
num tropel medonho
Perdida, esquecida, à espera
do bisonho
Há que se sentir o
indubitável
O impensado, quiçá irremediável,
Torna descabido o desejo
incontrolável
Que ficou lá no fundo...
intocável
A razão desdobra-me em
incógnitas
Mas a coração o dilúculo escancara
Pode-se até mesmo quebrar a
cara
Ao abrir os olhos diante de emoções
remotas
A vida, vez ou outra, nos surpreende
Impõe-nos regras e preceitos
Cabe a nós calar ou rever
conceitos
Dedilhar o intangível que nos
prende
Presente: momentos fugazes na
trajetória
Enigma: ponta de iceberg que
nos dá pistas
Daquele que se constrói ao destruir sofistas
Insights singulares desenham em
mim : nova história!
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