segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Estigmas


É necessário mudar a frequência...

Acreditar que há tanta vida para ser vivida...

Em todas as pequenas coisas que nos cercam!

Para isso, é preciso apenas abrir a caixa das memórias...

E como Pandora deixar-se invadir pelas emoções mais profundas e remotas:

Sentir o abraço da saudade e se permitir ser quem verdadeiramente somos...

Apesar de nossas falhas, defeitos e deslizes...

Ser intensidade sem correr o risco de ser julgada...

Ser mais Capitu que Amélia...

Mais deusa do que santa...

Mais bruxa que fada...

Mais humana que anjo...

Mais a mulher que ama

Do que é, de fato, amada!

Ser história buscando esperança no futuro.

Ainda que a menina encantada na infância

Ou a adolescente sonhadora que acreditava em conto de fadas...

Já não mais possa ser despertada do sonho de outrora...

A mulher que se olha no espelho vê, nas suas cicatrizes,

As linhas do tempo entalhadas no seu corpo e na sua alma...

Coladas com pó de ouro, tão fino e suave, intercruzadas de poesia...

Cantando, contando e dedilhando estórias e histórias...

Eis meu verso e reverso,

Direito e avesso,

Amago e doce,

Insipido e agridoce...

O ontem dançava com o amanhã e aparecia diante de mim...

Verdade, ali estava, na minha frente, eis o meu presente:

Intensas e imensas dualidades que adormecem a essência

E que despertam cobertas pela poeira das estrelas

Marcas indeléveis da saudade...

Que fantasmagoricamente dançam sob a lua cheia!

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