Ah, o
amor que, vez ou outra, vem e me arrebata
Que inteira
me (des)orienta e (des)conserta
Emocionalmente
me devora e devasta
Deixa-me
só, a esmo, nua, (des)coberta
Alma em
cacos se revela
Os sonhos
se (des)norteiam e eu me perco de mim
Solidão
me leva e me desvela
Dá-me
asas que se abrem neste espaço do sem fim
Ínfima como
grão de areia
Mergulho
no inferno da existência
Busco a
medida exata entre o suplício e a poesia
Já que
o céu subjaz a essência
Escombros
desmantelam-me em mosaico
Fagulhas,
partes, metades que inteiras se precisam
Além da
indumentária social ou do prosaico
Debruçam-se
nos ombros que me abraçam
À espera
de outro tempo
Quiçá
uma nova história
Capítulos
nos (per)passam a limpo
E descortinam
sombras da memória
Ilusões,
frustrações, tentações
Despedaçam
todas as nossas certezas
Arranham
as mais seguras convicções
Ao
vento, atiram medos e dúvidas pela correnteza
O ser
que se ergue das cinzas no ar
Acredita
ainda nos sonhos do amor
Não este
que se verteu em pó e dor
Mas outro
que aplaca asperezas e de novo faz (a)mar!
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