Ah...o anjo torto descobriu
que ainda pode voar,
Mas tolo ainda deseja
abraçar-se a outro anjo
E que este seja tão torto
quanto ele, ilusão?
Talvez, este abraço vem em
ondas, integra como o mar
Nem sempre está ao alcance
dos olhos e do coração...
Ah...como é belo o reflexo
deste luar!
Despeja sua luz prateada sem
cansar o olhar...
Vem e deixa sobre a areia palavras
perdidas pelo mar
Sombras esmaecidas, desfeitas
pelo vento... no ar...
Dançam com as ondas no breve
instante deste sonhar!
Algumas palavras ficaram
presas em nós...
Encarceradas entre tabus e
convenções...
Amarraram-se, impedindo de se
desfazer os nós
Que acorrentaram almas e
corações...
Ah... cortaram nossas asas e
deixaram-nos sós.
Tudo... em nome desta tal de
razão!
Que mal consegue soerguer-nos,
Que não alivia a agonia, nem
a tensão...
Não abranda medos, nem os resquícios
da paixão...
Apenas nos devolve ao claustro,
à escuridão...
Vez ou outra essa vontade de
viver
Insana, inerente, persistente,
vem e implora:
Abraça agora o sonho de
outrora!
E mesmo que a outra asa venha
e vá embora...
Sente-se que esta é a hora do
sonho acontecer...
Descerram-se as cortinas e
venda-lhes os olhos:
Sorria, seja, sinta o toque
divino em sua mão!
O céu está em nós, ao alcance
desta emoção...
E nos conduz a tudo que seduz:
entregue-se a luz!
Abra-se, voe, permita-se, finalmente,
sair do chão!
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