sábado, 30 de novembro de 2013

Poeira de Estrelas

A poeira da travessia impregna-se na minh’alma...
Desmesuradamente perambulo pela praia...
Busca-se o perdido...  Talvez, no coração esquecido.

Nuances de sonho em chamas, em sal se derramam,
No vento se proclamam matizes de sol...
Que de mim se despedem, duelam e me transformam.

Assombros do ontem reluzem...
Vertem-se em luz as sombras de alquebradas ilusões...
Lágrimas e versos que tão bem me traduzem.

É preciso se soerguer, sorrir e agir...
Despedir-se da dor e das desilusões...
Transpor a passagem secreta e se abrir...

Vislumbrar a felicidade:
Tão delicada e tão bem delineada...
Ver além do visível... Transbordar: liberdade!

Deseja-se o que não se pode ter...
Ultrapassar, exceder-se, sobrepujar
A névoa que não se pode deter...

Perpassa-nos  tão breve e faceira...
Dá-nos o sabor do mel, deixa-nos o sal...
Toca-nos a magia e se esvai como feiticeira...

Asas escamoteadas, esquecidas, esmaecidas,
Decepados: anjos de uma asa só...
Tiveram seus sonhos roubados...

Há apenas lágrimas, desejos e pedras...
Encobertos por palavras, perfumes de flores raras...
Sorrisos esculpidos, delineados ou estarrecidos...

Em busca de outra asa  que os faça voar...
E o céu na Terra tocar... Ah que bela quimera!
Agora, urge esquecer a escuridão, essa pantera!

Almas imperfeitas,  anjos caídos ao léu...
Debulham...  Espelham-se...  Esfacelam...
É fundamental buscar o nosso céu...

Felicidade: grande utopia! Insights corporificados...
Sombras que dançam... Transbordam enganos, sem dó...
Somos assim, por instantes: anjos...

Abrem-se os olhos e tudo que se vê é pó...
Segredos de abelhas... Poeira de estrelas...
Na vida, somos meras centelhas!

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